A FIGURA: André Silva

Andava o FC Porto à procura de um goleador e, quase sem dar por isso, tem o melhor marcador da Liga e uma das grandes esperanças do futebol português para os próximos anos. André Silva fez mais dois. Golos de ponta de lança. Golos que deram a vitória e o levaram ao trono dos melhores marcadores, a par de Marega, seu ex-colega de equipa que ainda pertence aos quadros portistas. De pé e de cabeça, mostrando ser um jogador completo e, tão ou mais importante, que a dupla com Diogo Jota está a carburar bem.

O MOMENTO: por fim, golo

Minuto 43. O FC Porto já merecia há muito o primeiro golo mas não havia forma de encontrar o caminho. Descobriu-o, por fim, ali, no primeiro take da dupla Diogo Jota-André Silva, no caso secundada por Miguel Layún, o homem que viu Jota na área e lhe colocou a bola. Ajudou, claro, que Gegé não abordasse o lance da melhor forma. O resto foi com os miúdos do FC Porto: Jota cruzou, André Silva dominou e encostou. O golo, por fim.

DESILUSÃO: Arouca

Depois do brilharete da época passada, foi pouco mais de nada no Dragão. Organização defensiva, a espaços, e um ataque sem criar um único sinal de verdadeiro perigo. Pobre, claro.

OUTROS DESTAQUES

Diogo Jota

Continua a afinar a dupla com André Silva. Que melhor maneira do que com a primeira assistência para o colega. E a segunda, já agora, no mesmo jogo. Acreditou no erro de Gegé e foi lesto a devolver para o coração da área. Foi calmo o suficiente para perceber a movimentação de André no segundo e voltar a oferecer-lhe o golo. Mas a sua atuação foi mais do que aqueles lances. Já conquistou as bancadas do Dragão com a entrega que coloca. O universo portista já percebeu que está ali um lutador com pés de artista. Três golos e duas assistências em dois jogos da Liga ajudam, claro.

Danilo

Que poder. Naquela zona do terreno foi tudo seu, algo que, aliás, é habitual no internacional português. Pelo ar ou pelo solo, foi Danilo a impor a lei no centro do terreno, obrigando Artur a procurar outras áreas para tentar causar alguma mossa. Com um «sargentão» como Danilo por ali não há outro remédio que não procurar outro caminho.

Jesus Corona

A novidade no onze portista, rendendo Otávio, lesionado, entrou a todo o gás. A jogada que protagonizou logo aos cinco minutos é disso prova. Que arrancada fenomenal! O remate foi devolvido, com estrondo, pelo poste, pois era lance para correr mundo. Jogou encostado à direita e pese uma ou outra má decisão, deixou o relvado com nota bem positiva.

Oliver

Sem Otávio e com Corona a palmilhar metros pela direita, coube-lhe ocupar o espaço à esquerda, entregando o miolo a Herrera. Não é, naturalmente, um extremo, mas a posição até nem lhe é desconhecida. Com Lopetegui, por exemplo, chegou a jogar ali. Inteligente e rápido a decidir, voltou a ser dos melhores do Dragão. Pena que Bracali lhe tenha negado o golo aos 10 minutos, quando tinha feito tudo bem. Merecia.

Brahimi

Procurou, procurou, procurou…e encontrou. Em cima da hora, veio o golo que, não só hoje mas desde que regressou buscava. Fazer dele o alicerce do renascimento é, agora, a meta. Mas isso só as próximas batalhas poderão ajudar a perceber.