Pepa tinha vaticinado o triunfo do Tondela após uma semana difícil de trabalho e do desacordo entre os clubes para adiar o jogo, devido aos incêndios que assolaram a zona beirã. A profecia foi materializada por Hélder Tavares e Murilo, que deram os três pontos ao Tondela e o primeiro êxito caseiro na liga.

O triunfo por 2-0 ante o Belenenses, desenhou-se numa segunda parte de maior fulgor dos auriverdes, impulsionados pela superioridade numérica após a expulsão de Persson, em cima do intervalo.

Após o apito inicial, cedo houve vontade mútua em chegar ao golo. No entanto, viu-se uma primeira parte parca em ocasiões claras, precisamente pela luta colocada em campo pelos jogadores.

Ora pelas ações de antecipação de Joãozinho a lançar Murilo na esquerda, ora pela rapidez de Miguel Cardoso na direita, o Tondela saiu rápido para o ataque. Faltou-lhe, porém, mais gente na área contrária e os lances foram inconsequentes. Exceção à melhor ocasião até aos 41 minutos, quando Murilo rematou ao poste da baliza de Muriel.

Com Saré a ligar a defesa ao ataque e um Chaby de processos simples a procurar Benny e André Sousa nas alas, o Belenenses até deixou o primeiro aviso. O cruzamento de Chaby encontrou André Sousa, que viu Cláudio Ramos voar para a defesa (4m).

De resto, a primeira parte resumiu-se a muito músculo e garra a meio campo. Tal obrigou, várias vezes, a vários passes errados de parte a parte e a um jogo de menos qualidade. Se o Belenenses não conseguiu explorar as costas da defesa contrária em bolas longas para Maurides, o Tondela, em saídas rápidas, não conseguiu surpreender Muriel nos remates de Tomané (18m) e Pedro Nuno (21m).

A inoperância do ataque levou Domingos Paciência a sacrificar Benny para lançar Diogo Viana. O extremo deu mais afinco ao ataque, mas o pior viria antes do intervalo. Após falta sobre Pedro Nuno, Gonçalo Martins entendeu que Persson pisou o adversário e expulsou o médio sueco.

Com dez e 45 minutos pela frente, Chaby não regressou para a segunda parte e Paciência reajustou a equipa para um 3x4x2, com a entrada de Claylton para a defesa e Diogo Viana e Maurides mais na frente.

Do outro lado e com mais um, os beirões, muito rematadores, remeteram o Belenenses ao seu meio campo. Mas Muriel ia mantendo a igualdade. Pepa sentiu a equipa em crescendo e apostou tudo ao ataque com Heliardo e Tyler Boyd, para as saídas dos defesas David Bruno e Ansell.

As trocas acentuaram a pressão do Tondela e o golo chegou com alguma naturalidade. Minuto 71, Miguel Cardoso cruzou na direita e Hélder Tavares, na área, cabeceou para o 1-0. Golo 200 da liga portuguesa e vantagem para os da casa.

O Belenenses, quase inexistente no ataque, cheirou o empate em dois lances de bola parada aos 78 minutos. Maurides primeiro, de livre, viu Cláudio Ramos negar e Claylton, na sequência, falhou de cabeça.

A quatro minutos dos noventa, Murilo desfez as dúvidas e garantiu os três pontos aos auriverdes. Hélder Tavares recuperou a meio campo, saiu em contra-ataque e entregou a Murilo. O extremo, em velocidade pela esquerda, rematou cruzado para o 2-0. Gonçalo Martins ainda recorreu ao vídeo-árbitro e confirmou a legalidade do lance.

Final feliz para o Tondela, a por fim a quatro jogos sem ganhar na liga. O Belenenses perde após três vitórias consecutivas.