Ninguém percebeu se o sexto lugar (exclusivo) no horizonte, o prémio maior em vésperas de Natal, era uma luz de esperança ao fundo do túnel ou dois faróis perigosos em movimento de possível colisão. Ficou bem claro, porém, que Rio Ave e Belenenses se mostraram incapazes de decifrar esse enigma.

No adeus aos jogos de campeonato em 2014, duas das boas equipas da Liga anularam-se e acabaram amarradas a um nulo gélido. Como o jogo, como a noite.

Não podemos dizer que o jogo foi mau. Não, seria injusto. Teve momentos interessantes dos dois lados, duas bolas nos ferros (Miguel Rosa e Prince), algumas oportunidades claras de golo (mais para o Rio Ave), mas tudo muito espaçado no tempo e no espaço.

FICHA DE JOGO: notas e como seguimos tudo AO MINUTO

Do Rio Ave esperava-se mais intensidade no primeiro tempo e consistência no segundo. A expulsão de Vilas Boas, a 20 minutos do fim, travou uma fase boa dos homens da casa, embora em nenhum momento se possa afirmar que o Belenenses esteve dominado e confinado ao espaço defensivo.

Lito Vidigal pediu prudência à sua equipa até ao intervalo e maior exposição ao risco no segundo tempo. Assim foi. O primeiro tempo serviu para bloquear a posse de bola e os corredores nortenhos (Tarantini e Bressan não conseguiram jogar) e o segundo explodiu nas arrancadas de Miguel Rosa e no talento de Tiago Silva.

O golo podia ter caído para qualquer lado e elevado o vencedor ao sexto posto do campeonato. Seria um final de ano feliz e passado num lugar VIP da nossa Liga mas, voltamos à ideia inicial, a dada altura o receio de enfrentar o destino tolheu os sentidos dos dois conjuntos.

DESTAQUES: Ukra e Miguel Rosa, agitadores de uma noite gélida

Acaba o Belenenses o ano civil de braço dado com o Paços Ferreira, sem direito à exclusividade do sexto lugar, com o Rio Ave dois pontos atrás, lado a lado com o Moreirense. Castigo para uma noite de menor inspiração dos vilacondenses, quiçá na pior exibição nos Arcos desde o arranque da temporada.

A arbitragem de Jorge Tavares foi muito contestada pelos responsáveis do Belenenses. Muitas vezes de forma despropositada. No estádio não foi possível detetar erros de monta. Há, sim, um lance de dúvida com Fredy na área do Rio Ave. Talvez a televisão ajude a analisar isso e o restante.