Rio Ave-Belenenses, 0-0 (destaques)

A FIGURA: Ukra
Nos jogos do Rio Ave, o nome de Ukra surge invariavelmente nestes Destaques. Quem conhece bem a equipa, percebe os motivos. Nos piores momentos, é o único [a par de Tarantini] com confiança para parar, pensar e arriscar uma ou outra solução mais arrojada. Nos melhores é por ele, no corredor direito, que o jogo mais passa. Está numa fase ótima da carreira e a justificar olhar atento. Um senhor extremo. Foi ele a agitar a equipa para uma segunda parte melhor, ao arrancar e disparar para uma grande defesa de Diego Lopes.

O MOMENTO: bolas nos ferros, nulo até ao fim
Miguel Rosa e Prince andaram muito perto do golo, mas o nulo aguentou até ao fim. O médio do Belenenses arrancou uma bomba fantástica, aos 60 minutos, e o central do Rio Ave respondeu num cabeceamento, a 15 minutos do fim. Nada feito, um ponto para cada lado. 

Leia a Crónica do Jogo: Felicidade esbarra nos ferros

Outros destaques:

Palmeira:
Custa perceber como é que o Sp. Braga perdeu um jogador deste nível. Central de formação, lateral por hábito, Palmeira voltou a fazer um jogo muito interessante. Está muito confiante, a definir bem tecnicamente, e a ser um aliado notável dos dois defesas centrais do Belenenses. Além disso, tem capacidade e pés para apoiar o ataque e chegar à linha de fundo para cruzar. A confirmação de uma temporada excelente no Restelo.   

Gonçalo Brandão:
Os anos em Itália, com várias chamadas à Seleção Nacional pelo meio, tornaram Gonçalo um defesa completo: forte na marcação, atento na hora de sair a jogar, forte pelo ar. Formou uma dupla forte com João Meira e a vítima foi Hassan. O egípcio passou completamente ao lado do jogo. 

Miguel Rosa:
O homem mais perigoso do Belenenses. A partir da esquerda, mas sempre a procurar o meio, soube lançar colegas e arriscar o pontapé. A bomba à barra, aos 60 minutos, foi um momento extraordinário. 

Del Valle:
Teve duas vezes o golo no pé direito. Falhou em ambas. Arriscou o remate, e bem, mas de forma precipitada e sem acertar com a baliza. Entrou vivo, participativo e desapareceu com o avançar do relógio. O venezuelano vale mais do que isto.

Bruno China:
Um relógio de afinação suíça. Certinho, intenso, muito bem a recuperar e a entregar. Jogo francamente bom do antigo centrocampista do Leixões.