Belém de raça no meio do dilúvio. A equipa do Restelo soube reagir às adversidades, não virou a cara à luta e teve futebol suficiente para anular os dois golos de bola parada do Moreirense, vencendo no Minho (2-3) de forma convincente. Aguilar, Sturgeon e Bakic anularam o bis de Rafael Martins. Terceira vitória consecutiva da equipa de Julio Velazquez fora de casa.

Confira a FICHA DO JOGO

Na antevisão ao jogo Miguel Leal pediu «melhor tempo» do que aquele que esteve durante a semana, mas a verdade é que as suas preces não foram ouvidas e o encontro desenrolou-se em condições muito adversas. A chuva não deu tréguas, o relvado estava muito pesado e ao primeiro pontapé de Ventura percebeu-se que também o vento ia ter a sua quota-parte de influência no jogo.

Mesmo assim, o Moreirense até entrou melhor no encontro, mais que não seja porque chegou à vantagem logo aos doze minutos na transformação de uma grande penalidade por intermédio de Rafael Martins. Danielson apareceu numa zona pouco provável, fez de extremo e invadiu depois a área, iludindo depois o árbitro João Pinheiro. Há contacto com Geraldes, mas a grande penalidade é claramente exagerada.

De nada valeram os protestos do Belenenses, o Moreirense adiantava-se cedo no marcador. Contudo, em vez de galvanizar a equipa da casa, o golo teve o condão de espicaçar a turma de Belém, com o técnico Julio velázquez à cabeça, que do banco de suplentes injetou ânimo na sua equipa.

Apenas nove minutos volvidos o Belenenses chegou ao empate. Fruto da sua maior qualidade no trato do esférico, o empate da equipa da Cruz de Cristo não surpreendeu. Aguilar, o reforço surpreendente, aproveitou de fora da área para desferir um remate seco na ressaca de um primeiro remate do Belenenses. Sem hipóteses para Stefanovic, golo muito festejado com dedicatória para a equipa de arbitragem por parte dos azuis do Restelo.

Estava melhor o Belenenses que, com Carlos Martins como principal referência atacante, foi colecionando lances de frisson na área do Moreirense. De costas para a baliza, Bakic ficou a centímetros do golo, enquanto que Gonçalo Brandão quase operava a cambalhota no marcador na sequência de um pontapé de canto.

Adivinhava-se o segundo de Belenenses perante um Moreirense muito fragmentado e sem intensidade suficiente para ombrear com o adversário. Pouco tempo antes do intervalo Sturgeon aproveitou um erro de Stefanovic, saída incompreensível da baliza quando tinha Evaldo na zona da bola. Sturgeon aproveitou a saída em falso para atirar de primeira, em vólei, para colocar o Belenenses em vantagem.

Vantagem que, contudo, durou pouco tempo. Depois do período de descanso o Moreirense, pelo inevitável Rafael Martins reestabeleceu a igualdade. O golo nasce de um livre direto que sofreu muita contestação por parte dos elementos do Belenenses e que, inclusivamente, valeu a Velázquez a expulsão.

Nildo encheu o pé e obrigou Ventura a fazer uma defesa de recurso, conseguindo apenas suster a bola mas sem evitar que a mesma ficasse na peque área à mercê de Rafael Martins. O brasileiro bisou na partida fazendo-se valer da falta de cobertura à segunda bola por parte dos jogadores do Belenenses.

Novo soco no estômago da turma de Belém. Golo algo inesperado, novamente na sequência de um lace de bola parada. Mas o Belenenses ainda tinha mais para dar. Voltou a assumir as despesas do jogo, não se renegou às incidências e correu novamente atrás dos três pontos.

Bakic carimbou o triunfo aos 66 minutos com uma cabeçada ao primeiro poste, correspondendo da melhor forma a um pontapé de canto de Carlos Martins. O médio, que esta tarde jogou a avançado, é o rei das assistências em Belém e continua na perseguição a Layun, Jonas e Gaitán.

Triunfo justo do Belenenses, que deixou uma bela imagem em Moreira de Cónegos, deixando o Moreirense intranquilo. O conjunto de Miguel Leal não vence em casa há quase três meses e pode cair perigosamente para perto da linha de água. A equipa da casa mostrou muito pouco perante um Belenenses que tem tempo para garantir a manutenção, mas que enquanto isso até espreita os lugares europeus.