Grito de revolta bracarense. Uma mão cheia de golos ao V. Setúbal no derradeiro jogo da Liga, a selar definitivamente o quarto lugar e, sobretudo, a fazer ficar para trás a série de cinco jogos sem vencer, dando outro ânimo aos Guerreiros para a final da Taça de Portugal. Aviso sério aos leões.

Éder, com um bis, Pedro Tiba e Salvador Agra foram os autores dos golos bracarenses, que contaram ainda com um autogolo de João Sachmidt a abrir a contagem. Triunfo sem contestação, perante um V. Setúbal que praticamente só fez figura de corpo presente.

Os Guerreiros precisavam apenas de um ponto para arrumar de vez com a questão do quarto lugar, que há muito se arrastava. Em vésperas da final da Taça de Portugal e depois de seis jogos sem vencer, exigia-se uma reação enérgica por parte do conjunto minhoto.

Foi o que aconteceu, com uma entrada a todo o gás, que fez do tranquilo V. Setúbal um mero adereço na intenção bracarense. Logo aos seis minutos o Sp. Braga colocou-se em vantagem num lance infeliz entre Raeder e Schmidt. Guarda-redes e defesa desentenderam-se, e mesmo sem grande ameaça arsenalista, não só não resolveram o lance como ainda fizeram um autogolo.

Muito demérito sadino na forma como os arsenalistas chegaram ao golo, festejo enorme e sentido do Sp. Braga, com direito a um abraço gigante de toda a equipa junto ao banco, suplentes incluídos.

Grito de revolta bracarense. Não pelo golo, não pelos três pontos que se começavam a desenhar, não pelo quarto lugar, nem pelo embalo para a Taça de Portugal; mas sim por tudo ao mesmo tempo. Pela necessidade que a equipa tinha de dizer presente e pela necessidade dos adeptos voltarem também eles a abraçar a equipa.

Se é verdade que há demérito do Setúbal no golo, não é mesmo verdade que a entrada forte em campo deixava antever que era uma questão de tempo até os Guerreiros fazerem a rede abanar.

Por isso, foi sem grande espanto que ao intervalo o placar já ditava três golos de diferença no resultado. Éder marcou de cabeça aos 23 minutos e, igualmente de cabeça, Pedro Tiba chegou ao três a zero a um minuto de intervalo. Raeder não conseguiu ficar bem em nenhuma fotografia e a oposição ao golo de Pedro Tiba quase que se pode considerar um «frango».

Não obstante a isso, os Guerreiros continuaram a carregar, mantiveram o pé no acelerador e demonstraram que o tal grito de revolta está ainda longe do fim. Mesmo já com a cabeça na final a Taça de Portugal, Sérgio Conceição fez descansar jogadores influentes (Pardo, Éder e Djavan) no decorrer do segundo tempo, Éder bisou no segundo tempo e Salvador Agra fechou a contagem para uma mão cheia de golos.

No meio disto tudo, já com os adeptos a entoarem cânticos alusivos ao Jamor, sobra a goleada que não sofre contestação do Sp. Braga, perante um V. Setúbal que já parecia estar em período de férias.

«Só queremos a Taça para Braga», ouviu-se das bancadas na despedida dos Guerreiros à pedreira na presente temporada. Triunfo robusto dos pupilos de Sérgio Conceição, que vale a manutenção do quarto lugar e uma alma enorme para a final da Taça de Portugal