Tudo na mesma. O Belenenses ainda não sabe o que é perder neste arranque de temporada, o V. Guimarães ainda não sabe o que é vencer. Deu empate o embate entre dois históricos do futebol nacional, claramente com maior prejuízo para a turma minhota, que não se consegue livrar do mau arranque de campeonato.

Voltou a haver contestação no D. Afonso Henriques, com os adeptos do V. Guimarães a mostrarem novamente lenços brancos ao técnico Armando Evangelista, depois de já o terem feito na ressaca da eliminação europeia com o Altach. As duas equipas não demonstraram argumentos para conseguir mais do que um empate. Um empate tímido e cinzento, fruto de um jogo que esteve longe de ser brilhante de parte a parte.

O encontro iniciou-se tal como se perspetivava e conforme ditavam as leis do momento de ambas as equipas. Ainda sem vencer, o V. Guimarães entrou em campo disposto a assumir a batuta, impondo-se ao Belenenses. A fazer boa figura na Europa, o Belenenses jogou descontraído, com as linhas recuadas e na expectativa.

Assistiu-se, por isso, a um jogo de paciência nos instantes iniciais. A equipa de Armando Evangelista jogava com bola, mas sem grande capacidade de progressão no terreno. Tozé, era o grande motor da equipa e ia rasgando a organização do Belenenses, ainda que sem grandes resultados.

Ia prevalecendo a organização do Belenenses, que se limitou a isso mesmo: organizar as suas peças para suster a investida dos minhotos. Aos dezanove minutos a insistência do V. Guimarães deu frutos, com Ricardo Valente a aproveitar um cruzamento da direita de Tomané para fuzilar autenticamente as redes de Ventura.

O domínio do Vitória não se fazia sentir, mas um dos primeiros remates do encontro foi suficiente para pôr pela primeira vez esta época o V. Guimarães em vantagem num encontro.

A fechar o primeiro tempo, e quando acordaram para o jogo, os azuis do Restelo reagiram à desvantagem e puseram em sentido o último reduto da equipa da casa. Tiago Caeiro, por duas vezes, não conseguiu armar o remate nas melhores condições, perdendo oportunidades soberanas para finalizar. Camará teve nos pés a melhor oportunidade para o Belenenses na primeira metade, obrigando Douglas a fazer a defesa da tarde.

Nos segundos 45 minutos inverteram-se os papéis, manteve-se o jogo de paciência. Passou para o Belenenses a iniciativa de jogo, o momento do V. Guimarães não dá para muito mais e os pupilos de Armando Evangelista agarraram-se à vantagem mínima.

Repetiu-se o filme do primeiro tempo. A turma de Belém não precisou de um domínio avassalador para chegar ao golo, por intermédio de Sturgeon: o extremo, que até nem estava a dar muito nas vistas, foi à área finalizar o bom trabalho de Camará na esquerda.

A inclusão de Miguel Rosa no terreno de jogo mexeu com o jogo e com a disponibilidade do Belenenses; a combinação com Camará no lance do golo é elucidativo disso mesmo. Ganhou, dessa forma, mais argumentos a equipa de Sá Pinto.

Numa toada de parada e resposta, V. Guimarães e Belenenses esgrimiram argumentos para chegar ao segundo golo, mas foram demasiado tímidos. Mais com o coração do que com a cabeça, tal como é costume, os minhotos ainda tentaram um último pressing, mas sem resultados práticos.

O apito final de Vasco Santos confirmou o empate entre V. Guimarães e Belenenses. Um resultado que se ajusta, em virtude do futebol produzido por ambas as equipas. Se um ponto no D. Afonso Henriques até nem se pode considerar nenhuma catástrofe para os do Restelo, o deslize do V. Guimarães torna mais negro o início de época que já se desenhava em tons de cinzento.