O Sporting recuperou a vantagem no topo da classificação com uma vitória inequívoca sobre o Boavista (2-0), depois de quebrar a resistência «axadrezada» com dois lances de bola parada no final da primeira parte. Uma vitória importante tendo em conta que o leão tem agora duas deslocações difíceis, a Leverkusen e Guimarães, antes do aguardado dérbi com o Benfica que pode definir as contas deste campeonato.

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Jorge Jesus começou por desenhar uma nova defesa, abrindo espaço para as entradas de Schelloto e Zeegelaar para as alas e aproveitou o castigo a William Carvalho para alargar a frente de ataque com Gelson, mantendo a confiança em Téo Gutierrez ao lado de Slimani. Erwin Sánchez foi, naturalmente, mais conservador, reforçando a linha defensiva com um «tampão» composto por Reuben Gabriel e Idriss e uma equipa talhada para travar o leão a todo o custo.

Os primeiros minutos deixaram claro que os leões não iam ter vida fácil para chegar perto da baliza de Mika. O Boavista pressionava logo na área de construção e depois fechava-se sobre a sua área, recorrendo a muitas faltas para travar as investidas do Sporting. Os leões ainda tentaram furar o bloqueio pela zona central, mas rapidamente abriram o jogo para as alas, com Schelotto e Zeegelaar muito em jogo, a obrigar o Boavista alargar a sua defesa a toda a largura do terreno. Mas de falta em falta, o jogo demorava a ganhar ritmo e o Sporting não conseguia imprimir velocidade. A verdade é que a primeira oportunidade digna de registo só surgiu aos vinte minutos, num rápido contra-ataque com Zeegelaar a combinar bem com Bryan Ruiz sobre a esquerda, com o costa-riquenho a cruzar para o segundo poste onde surgiu Téo Gutierrez a atirar, de primeira, ao lado.

Estava encontrado o caminho, mas havia ainda muitos obstáculos pela frente. A sucessão de falta dos «axadrezados» ia, por outro lado,permitindo ao Sporting ensaiar lances de bola parada. Num livre de João Mário, Ewerton surgiu destacado, mas falhou o remate para desespero das bancadas. O central brasileiro redimiu-se logo a seguir na sequência de um pontapé de canto de Bryan Ruiz, elevando-se bem junto ao primeiro poste para, de cabeça, fazer o primeiro golo da noite. Uma boa resposta do central que regressou ao onze para o lugar do uruguaio Coates. O Boavista abria um pouco as linhas e, mesmo em cima, do intervalo, novo golo, mais uma vez de bola parada. Livre marcado por Bryan Ruiz, com a bola a sofrer um desvio na barreira e a trair Mika que voo para o lado contrário [foi com a ajuda da barreira, mas fica aqui registado o primeiro golo de livre direto do Sporting na corrente temporada].

Mais mobilidade com Mané, mas faltou pontaria

Depois de algumas dificuldades para chegar perto da área de Mika, o Sporting chegava ao intervalo com uma vantagem sólida, arrancada em dois lances de bola parada, nos últimos cinco minutos da primeira parte. Uma vantagem confortável que levou o leão a entrar mais relaxado na etapa complementar e, por muito pouco, não pagou caro por isso. Primeiro num remate cruzado de Afonso Figueiredo, já com Patrício batido, devolvido pelo poste. Pouco depois, num rápido contra-ataque, com Patrício, com uma estirada, a anular o remate de Iriberri que levava o selo de golo. Os leões voltavam a responder de bola parada, num livre de Adrien por cima da barra, mas Jorge Jesus não esperou muito mais tempo para abdicar de Teo Gutierrez [mais uma exibição dececionante] para lançar Carlos Mané.

Uma alteração com efeitos praticamente imediatos, com o ataque do Sporting a ganhar, desde logo, mais agilidade, agora com Gelson e Mané a provocarem desequilíbrios na área do Boavista. Mané deu logo nas vistas com uma assistência para Slimani que por pouco não resultou no terceiro golo. O Sporting, agora com mais bola, tinha agora o jogo totalmente sob controlo, com uma Boavista cada vez mais encolhido, mais determinado a não consentir mais golos do que a reduzir a diferença. Ainda assim, Rui Patrício voltou a ser solicitado para mais uma grande defesa, agora a remate de Anderson Carvalho, depois de uma perda de bola de Schelotto. Uma defesa comemorada em Alvalade como se fosse um golo.

A verdade é que os leões estavam definitivamente por cima do jogo e, já com Aquilani em campo, voltaram a estar muito perto do terceiro golo, num livre de laboratório, com Slimani a colocar novamente Mika à prova, desta vez salvo «in extremis», com a bola a bater caprichosamente no poste. Os minutos foram-se arrastando para o final, sempre com o leão a controlar o jogo diante de um Boavista que só conseguiu incomodar a espaços, quando o leão parava para respirar.

Sem realizar uma grande exibição, os leões conseguiram o essencial e seguem no topo da classificação, com mais três pontos do que o Benfica e mais seis do que o FC Porto.