Aí vão seis jogos consecutivos a pontuar, com a terceira vitória nesta série de doze pontos, segunda reviravolta consecutiva para o Belenenses arrancada a ferros no Restelo, com uma cambalhota no marcador, depois do Desp. Chaves ter chegado ao intervalo a vencer por 1-0. Quim Machado mexeu bem na equipa na segunda parte e volatizou a superioridade que os flavienses tinham exibido na primeira. Um bom jogo de futebol no Restelo.

Logo após o primeiro apito de Manuel Mota foi possível perceber que o Belenenses não ia ter vida fácil este domingo. A equipa transmontana exercia uma forte pressão sobre o detentor da bola e, ao mesmo tempo, fechava todos os caminhos, com marcações cerradas a toda a largura do campo. Uma atitude que obrigava o Belenenses a um futebol feio, de ressalto em ressalto, com pouco espaço para progredir no terreno.

A equipa da casa bem tentava assumir a condução do jogo, mas voltava ser pressionada, ficando sem tempo para pensar e organizar o seu jogo. A bola saía redondinha entre o guarda-redes e os centrais, mas daí para a frente, tornava-se quadrada para os de «azul», com muitas dificuldades em controlá-la perante a pressão dos transmontanos.

 

 

 

 

 

 

 

O Chaves, por seu lado, tinha menos bola, mas conseguia ser bem mais eficaz nos poucos momentos em que a tinha, com um futebol vertical, a chegar rápido à área de Cristiano. O Belenenses demorou a encontrar uma solução para os problemas que o adversário lhe colocava, mas a verdade é que foi procurando alargar o jogo para as alas, para Camará e Miguel Rosa, de forma a obrigar o Chaves a afrouxar a pressão e a conceder mais espaços.

 

 

 

 

 

 

 

Um bom jogo na perspetiva das ideias que as duas equipas tentavam impor dentro das quatro linhas, até porque Quim Machado teve de rever as suas bem cedo, com a lesão de Yebda a obrigar a novos posicionamentos dentro de campo, com o sueco Persson, a grande surpresa no onze inicial, no lugar do castigado Vítor Gomes, a ter de recuar, para dar espaço para a entrada de André Sousa.

 

 

 

 

 

 

 

Até ao intervalo, o Belenenses só conseguiu incomodar António Filipe num lance de bola parada: livre de Miguel Rosa e cabeçada de Gonçalo Silva para defesa apertada do guarda-redes flaviense. O Chaves, por sua vez, conseguiu criar bem mais oportunidades, explorando bem as subidas dos laterais do Belenenses, com Pedro Queirós e Batatinha, sobre a direita, e Nélson Lenho e Fábio Martins, do lado contrário, com Tiba e Bressan a fazerem a ponte entre as duas alas, a provocarem desequilíbrios constantes.

 

 

 

 

 

 

 

Depois de três ameaças de Batatinha, com destaque para um remate à meia volta, que obrigou Cristiano à defesa da noite, o Chaves chegou mesmo ao golo ao cair do pano da primeira parte. Mais uma subida em bloco, com Pedro Tiba a encher o pé à entrada da área. A bola sofreu um desvio em Gonçalo Silva e traiu Cristiano que viu a bola passar-lhe por cima. Um golo revestido de alguma fortuna, mas que traduzia a superioridade que o Chaves conseguiu impor até ao intervalo.

 

 

 

 

 

 

Quim Machado procurou reequilibrar a sua equipa no início da segunda parte, prescindido de Juanto para lançar Fábio Nunes e a verdade é que o Belenenses cresceu a olhos vistos, mas só depois de mais uma entrada forte do Chaves, com mais um remate de Batatinha logo a abrir a colocar a defesa azul em sentido. Com Fábio Nunes sobre a direita, a equipa do Restelo conseguia, finalmente, profundidade suficiente para visar a baliza de António Filipe. Ao terceiro livre de Miguel Rosa, os azuis chegaram ao empate, com Maurides, que já tinha bisado frente ao Arouca, a finalizar, com um subtil desvio de cabeça.

 

 

 

 

 

 

 

Um golo que teve o condão de abrir o jogo, com as equipas a atacar à vez, com um ritmo bem mais intenso do que tínhamos visto na primeira parte e o Belenenses podia ter dado a cambalhota no marcador, com destaque para uma perdida de Caeiro e para um remate de Fábio Nunes. Mas o Chaves, já com Perdigão e Rafael Lopes em campo, ainda não tinha abdicado de levar os três pontos para casa, mas já não era, nem de perto, nem de longe, o meso da primeira parte. Os transmontanos, depois das sucessivas delocações à Luz e, a meio da semana, a Guimarães, acabaram por acusar desgaste e foram penalizados por isso no final do jogo.

Quim Machado arriscou um pouco mais nos instantes finais, lançando ainda Tiago Caeiro para a frente de ataque e acabou por ser compensado da mesma forma que o Chaves o tinha sido no final da primeira parte, com o golo da vitória a chegar ao cair do pano. Recuperação de Fábio Nunes, André Sousa abriu para Maurides que, sobre a esquerda, cruzou com conta para Caeiro empurrar.

Logo a seguir, Manuel Mota apitou para o final do jogo e para o início de uma grande festa no Restelo, com o Belenenses a alcançar o Chaves no sétimo lugar da classificação e já com a Europa à vista.