O Tondela, último classificado, viu os três pontos esbarrem no poste, empatando com o Marítimo, numa partida em que foi melhor. Depois de ter chegado ao intervalo em vantagem, a equipa da beira viu Raúl Silva empatar na etapa complementar e Wagner desperdiçar uma grande penalidade, acertando no poste. Depois disso, a barra ainda foi amiga da equipa de Pepa e negou o golo a Éber Bessa, mas este empate fica com um sabor mais amargo para os auriverdes.

A equipa insular, por seu turno, soma o terceiro jogo sem vencer, mas segue tranquilo na sexta posição e não sabe o que é perder no campeonato desde Dezembro.

Completamente tranquilo na tabela e a piscar o olho a uma classificação europeia, o Marítimo entrou no jogo disposto a assumir as despesas da partida desde o primeiro minuto. O início do jogo deixou desde logo claro que as palavras de Daniel Ramos na antevisão à partida não eram bluff, e que os insulares iam pressionar o Tondela para aproveitar a ansiedade de uma equipa que precisa urgentemente de pontos.

Murillo primeiro, um muro depois

Só que a estratégia maritimista esbarrou na eficácia de uma equipa que não acusou a badalada ansiedade no momento em que teve oportunidade para se colocar em vantagem. Na primeira subida às imediações da baliza contrária, Pedro Nuno fez um passe que rasgou toda a defesa do Marítimo para Murillo surgir de rompante a picar a bola sobre Charles para fazer o seu quarto golo no campeonato.

E a vantagem fez bem à equipa de Pepa que, baixando as linhas, conseguiu dificultar a construção ofensiva do Marítimo e passou a explorar a velocidade do irrequieto Murillo, que fez a cabeça em água aos insulares, faltando-lhe a frieza que demonstrou no lance do golo para que a sua equipa fosse para o intervalo em posição de maior conforto.

Mostrando dificuldades em ultrapassar a barreira construída na zona defensiva dos beirões, o conjunto insular foi testando muitas vezes o remate, mas nunca colocou em perigo a baliza de Cláudio Ramos, ao contrário do que aconteceu com Charles que, mais do que uma vez, viu os jogadores auriverdes criarem perigo.

Raúl Silva com cabeça para o empate

A segunda parte trouxe um Tondela ainda mais confiante. Com Miguel Cardoso inspirado, o ataque beirão obrigou Charles a brilhar para negar o golo a Murillo e a Miguel Cardoso, no espaço de dez minutos.

Mas aí, os papéis inverteram-se, relativamente ao que acontecera na primeira parte. O Tondela jogava mais, é certo, mas foi o Marítimo quem marcou, num lance em que Raúl Silva subiu mais alto do que toda a defesa do Tondela para fazer o empate.

Ciente de regressar às vitórias o quanto antes, a equipa de Pepa não se deixou afetar pelo golo do empate e saiu em busca dos três pontos.

A vitória esbarra, ora no poste, ora na barra

Aos 66', Pedro Nuno falhou de forma clamorosa um golo após nova jogada de Miguel Cardoso – com uma excelente intervenção de Charles, diga-se -, mas seria Wagner, regressado de lesão, a desperdiçar a melhor oportunidade para o Tondela vencer o jogo.

Após um a grande penalidade conquistada pelo extremo brasileiro, o mesmo jogador acertou em cheio no poste, vendo ruir ali a conquista dos três pontos.

Depois desse lance, o Marítimo cresceu na partida e também viu a vitória ser-lhe negada pela barra da baliza, que devolveu um remate de Éber Bessa, na marcação de um livre direto em posição frontal.

No final, a divisão de pontos é muito mais positiva para o Marítimo, ainda que o Tondela recupere um ponto para o Moreirense, a primeira equipa acima da linha de água, que está agora a quatro pontos.