Com qualidade e vontade o sucesso está mais perto de ser alcançado. Foi deste modo que o FC Porto entrou em campo para construir mais uma robusta vitória, desfazendo bem o rótulo de «um dos jogos mais difíceis até final da época», que Sérgio Conceição colocara na antevisão ao jogo. Marega, com dois golos e uma assistência, foi a maior figura e Diogo Dalot, lançado a titular na vaga deixada em aberto pela lesão de Alex Telles, fez duas assistências, numa goleada que foi surgindo com naturalidade face à diferença que existiu em campo entre as duas equipas.

Em Portimão o FC Porto teve qualidade, muita até, quer coletiva como individual. Entrou demolidor, Marega esteve soberbo a desequilibrar, finalizando por duas vezes e assistindo no golo de Otávio, em jogadas simples e assertivas, que acabaram com o jogo mal tinha começado, com duas finalizações certeiras aos 10 e 16 minutos que cavaram uma confortável diferença no marcador.

Antes de Marega inaugurar o marcador, Soares e Otávio já tinham desperdiçado boas oportunidades, fruto da vontade dos dragões em resolverem cedo. Com pressão, os algarvios estavam atónitos e não conseguiam sair do seu meio-campo, faltando-lhes espaço para efetuarem as suas habituais transições rápidas, que muitos estragos têm feito nos adversários está época.

Adivinhava-se por isso o golo portista, que surgiu à dezena de minutos, e, curiosamente, depois do Portimonense ter estado próximo de marcar, na primeira vez que chegou à baliza de Casillas: foi na sequência de livre e Felipe Macedo viu Casillas defender por instinto, com Felipe a cortar depois em cima da linha a recarga de Fabrício. Não marcaram os algarvios e na resposta Marega aproveitou uma saída rápida para dar a primeira alegria aos inúmeros adeptos do FC Porto que encheram uma bancada do estádio.

Aberto o caminho, a vitória dos dragões ficou mais facilitada seis minutos depois, com Moussa Marega a assistir Otávio para o 2-0, criando uma vantagem confortável que foi gerida depois com segurança e com a goleada a surgir naturalmente, depois do maliano ter bisado e aumentado a para três golos de diferença, antes do intervalo. Isto depois do Portimonense ainda ter replicado e a espaços ter dado a sensação de dividir o jogo, mas sem criar grandes oportunidades, exceção a uma entrada de Nakajima com finalização deficiente perante Casillas.

Se esse respirar dos algarvios entre o segundo e terceiro golo dos portistas poderia ter dado a ideia que o 3-0 ao intervalo seria pesado para os algarvios, depois disso o FC Porto não deu a mínima hipótese de qualquer reação do Portimonense, e definiu no marcador o total controlo, com mais dois golos apontados por Soares e por Brahimi, que tiveram um denominador comum: Diogo Dalot, nas assistências.

O festim azul e branco até poderia ser mais robusto e Hernâni protagonizou duas situações nos últimos minutos em que esteve muito perto de ampliar a goleada, num cruzamento em que a bola desviou em Ruben Fernandes e bateu no travessão da baliza e depois num chapéu efetuado quase do meio-campo que passou perto do ferro, tentando tirar proveito do adiantamento de Ricardo Ferreira. Até final, o Portimonense ainda reduziu, por Lucas Possignolo, que nos descontos desviou de cabeça um livre de Tabata.

Sérgio Conceição ainda desconfia dos cinco pontos de avanço que a sua equipa tem sobre o Benfica (e oito sobre o Sporting, à condição), mas com a qualidade que tem evidenciado e a forma como facilmente tem arrumado os adversários, certamente também terá muita confiança para o que resta do campeonato e para a vantagem que terá que gerir até final. Para tentar desmentir esta evidência, tem a palavra o Sporting, na próxima sexta-feira.