O Gil Vicente bateu esta tarde a Académica por duas bolas a uma, no Estádio Cidade de Coimbra, resultado que permite aos barcelenses poderem ficar a apenas dois pontos da zona de salvação, pelo menos de forma provisória. Esta foi a primeira vitória da turma gilista nos últimos nove encontros da Liga.
 
O jogo entre academistas e gilistas começou numa toada intensa, sendo que as duas equipas mostraram estar a jogar para a vitória, ainda que com estratégias diferentes: a Briosa mais dominadora, o Gil tentando explorar as transições rápidas. Nos primeiros dez minutos, as melhores ocasiões foram mesmo da equipa de José Mota, com os remates de Rúben Ribeiro e Yazalde a não passarem muito longe da baliza à guarda de Cristiano.
 
Daí para a frente, a Académica, que vinha tendo mais bola, começou a aparecer também com mais perigo na área contrária. Pouco antes do quarto de hora, Rafael Lopes combinou com Rui Pedro e atirou pouco por cima da baliza gilista. Foi o mote para uma partida cada vez mais enérgica, apesar da muita chuva que caía sobre o relvado do Cidade de Coimbra.
 
À passagem do minuto 23, grande jogada coletiva da Briosa, com Ivanildo a descobrir Rui Pedro na direita e este a cruzar para Rafael Lopes atirar ao lado, embora tenha sido importunado por Berger. Falta, cartão amarelo para o defesa austríaco (de regresso a Coimbra) e grande penalidade para os de Coimbra, devidamente convertida por Rui Pedro.
 
A resposta não demoraria muito: pouco depois de termos ultrapassado o minuto 36, Semedo encontrou uma imensidão de espaço à entrada da área academista, isolou-se e acabou por sofrer falta de Cristiano. Mais um penálti neste encontro, mais um convertido de forma irrepreensível, neste caso por Rúben Ribeiro, um dos melhores do Gil durante o primeiro tempo.
 
Ao intervalo, a igualdade justificava-se, numa partida aberta e com algumas jogadas de entendimento coletivo interessante, de parte a parte.
 
Para os segundos 45 minutos, ambos os treinadores decidiram apostar de início nas mesmas equipas, uma prova clara de que haviam ficado satisfeitos com o rendimento dos jogadores durante a primeira parte da contenda.
 
No primeiro quarto de hora, viu-se um Gil Vicente bem mais atrevido e a dispor de algumas ocasiões, perante uma Briosa algo apática e que só através de uma ou outra arrancada de Esgaio foi capaz de agitar o jogo no meio-campo contrário. Entretanto, José Mota havia lançado Simy para o lugar de Marwan, claramente em busca de ser mais profícuo na grande área conimbricense.
 
E seria precisamente o ponta-de-lança nigeriano a apontar o segundo golo dos gilistas, na sequência de um penálti ingénuo cometido por Oualembo sobre Avto. Pela terceira vez nesta partida, bola para um lado, guarda-redes na direção oposta e o Gil em vantagem, cenário que já não se registava faz tempo neste campeonato…
 
Em desespero e com apenas mais 20 minutos para se jogar, José Viterbo lançou os avançados Magique e Diallo para o lugar de Obiora e Rui Pedro, dois elementos que baixaram drasticamente a qualidade de jogo no segundo tempo. No entanto, esta dupla troca acabou por não ter qualquer consequência positiva imediata para os «estudantes», que se mantiveram algo perdidos em campo e sem a chama doutras partidas.
 
À entrada para os últimos dez minutos, a coisa iria piorar ainda mais para o conjunto de José Viterbo, depois de Ivanildo ter visto o segundo cartão amarelo, por escusados protestos após um lance de dúvida na área gilista. Até ao final, a Académica não mostrou mais do que uma faceta desesperada perante um Gil Vicente controlador e que soube manter o resultado intacto até final. Resultado extremamente importante, que permite à equipa de Barcelos manter aspirações de permanecer no principal escalão na próxima temporada.