A figura: Salin

Uma, duas, três defesas a evitar o golo do Benfica na primeira parte, todas elas com grau de dificuldade elevado. Agarrou a titularidade e o dérbi de Lisboa colocou-lhe um holofote em cima. Ao intervalo, era claramente a figura do jogo, era o jogador cujas ações tinham mais impacto no resultado. Ora, na segunda parte, voltaram a surgir as mãos salvadoras de Salin. O francês evitou o golo outras tantas vezes como na primeira. Nani marcou o golo, mas este dérbi é da exibição de Salin. Se do lado encarnado pode haver um futuro brilhante em João Félix, talvez do lado verde e branco haja mais certezas de que o francês pode mesmo ser número um.

O momento: minuto 61

O dérbi vivia empatado, num 0-0 que lhe é pouco comum. O Benfica aparentava estar por cima, mas isto ainda é um dérbi e, portanto, num assomo à baliza encarnada, Montero ganhou a frente a Rúben Dias que o derrubou. Nani não tremeu e pôs o leão na frente.

Outros destaques

Montero

O Sporting vinha para o dérbi com a memória de Bas Dost na área, mas com Montero em campo e o colombiano tratou de mostrar as diferenças entre ele o holandês. Mais rápido na mobilidade e na pressão, tentou ser apoio frontal muitas vezes e devolver a bola em condições aos colegas. Conseguiu-o na maioria das ocasiões. Só teve uma ocasião para atirar, logo no primeiro tempo, aos seis minutos, num lance de difícil ângulo. Pode até dizer-se que o leão pode sentir a falta da presença de Dost na área, mas também é justo afirmar-se que Montero esteve em muito bom plano no duelo com a defensiva encarnada. Para Rúben Dias foi sempre um problema. Ganhou alguns duelos ao central encarnado e, depois, ganhou-lhe a frente no lance do penálti.

Bruno Fernandes

O oito dos leões não sabe jogar mal. Uma frase batida, mas que deve ter insistência pois Bruno Fernandes é um jogador acima da média e demonstra-o seja num jogo de pré-época, seja num dérbi. Tentou o golo de longe, como é hábito, mas foi no passe que fez a diferença, como aquele que originou o lance da grande penalidade. Abaixo daquilo que normalmente faz, esteve nos principais lances de perigo da equipa.

Battaglia

Não joga bonito, tem dificuldades técnicas evidentes, mas é fundamental no meio-campo do Sporting. Correr muito por vezes não quer dizer nada, mas o jogo de Battaglia é feito de palmilhar quilómetros e, com isso, meter pressão nos adversários, muitas vezes o corpo até, tirar-lhes espaço, fazê-los sentir que ele está ali. Nesta tarde/noite, foi bastante importante o que correu para, pelo menos, fazer com que os encarnados tivessem menos tempo e espaço para decidir.