*por Raul Caires
 
O Marítimo venceu pela primeira vez em casa, esta época, ao bater o Tondela por 2-0, na partida a contar para a 6.ª jornada da Liga, que ameaçou ser apática por muito tempo, mas que depois evoluiu para um jogo agradável de tarde domingueira.
 
O Marítimo entrou mais veloz, mas sem a clarividência necessária para decidir o que fazer com a bola de forma eficaz, sendo notória alguma falta de entrosamento, com os passes a saírem completamente desenquadrados ou então muito denunciados. O ascendente local também contou com a benevolência do Tondela, que se instalou no seu seu meio campo, com a intenção de explorar o contragolpe.
 
Após um primeiro quarto de hora de pouco futebol, o jogo começou a ficar sonolento, com o Marítimo a ser o mais esforçado na procura do perigo, mas em dificuldades para superar um Tondela apostado na contenção. A certa altura, parecia que ambas as equipas estavam a jogar para o empate. 
 
O sono que já contagiava a bancada foi subitamente interrompido num lance inofensivo. Na marcação de um livre na zona frontal da sua grande área, Cláudio entrega para Rafael Amorim, que depois decide atrasar para o guardião Ramos, com pouca força. Matreiro, Dyego Sousa fez-se à bola, atrapalhou Cláudio e esférico acabou por sobrar para Éber Bessa, que não desperdiçou ante uma baliza deserta, inaugurando o marcador aos 26 minutos.
 
A mexida no marcador serviu para acabar com a letargia que ameaçava eternizar-se na partida. O Marítimo passou a construir jogo com mais esclarecimento, embora sem arriscar em demasia. Já o Tondela, manteve-se fiel à estratégia inicial, com a «mira» sempre apontada no contra-ataque.    
 
O ligeiro ascendente dos insulares ganhou mais impulso aos 39’, com a expulsão de Claude Gonçalves, aparentemente por protestos depois do árbitro lhe cobrar uma falta. O momento foi marcado por muitos protestos dos jogadores do Tondela, mas Rui Oliveira manteve-se firme, e reiterou que não ia permitir contestação de qualquer espécie.  
 
A perder por 1-0 e com menos um elemento em campo, a equipa visitante começou a desesperar pelo apito para o descanso. E foi sobre o apito final que o Marítimo, já com uns segundos para lá do tempo dado para os descontos, chegou ao 2-0. Xavier bateu o canto e encontrou Dyego Sousa, que nas alturas e sem oposição, não desperdiçou.
 
O intervalo veio logo a seguir, e os protestos da equipa do Tondela também. A equipa visitante foi para o descanso com quatro amarelos, um vermelho e, consequentemente, menos um jogador em campo. Pelo Marítimo, zero cartões e o «onze» intacto. Rui Oliveira mostrou-se impávido e sereno no caminho para os balneários.
 
 
No reatamento, o estreante Daniel Ramos não mexeu na equipa do Marítimo, tendo Petit optado por fazer o mesmo. Uma vantagem de 2-0 podia ter motivado a equipa da casa a descansar em cima do resultado, mas isso não veio a acontecer. O Marítimo entrou confiante e, nos 15 minutos seguintes, teve um par de boas oportunidades para sentenciar a partida de vez. Mas os cabeceamentos de Raúl e Erdem Sen não encontraram o rumo das redes.
 
Petit sentiu então a necessidade de mexer na equipa, fazendo entrar Moreno por troca com Crislan, e pouco tempo depois Murilo Freitas para o lugar do apagado Wagner. As alterações pouco efeito produziram, já que o Marítimo, já em fase de gerir o resultado, nunca permitiu grandes veleidades ao ataque visitante.
 
Vitória justa do Marítimo, já que foi, desde o início do jogo, a única equipa que procurou o caminho da baliza, ao contrário do Tondela, que acordou tarde da letargia que ajudou a impor no jogo, sobretudo no primeiro tempo, que só foi desfeita com o golo de Éber Bessa.