A FIGURA: Gelson. Tanto bate até que fura

Foi dos pés dele que nasceram boa parte das jogadas de perigo dos leões. Sempre em alta voltagem, fez os defesas do Moreirense passar maus bocados e esteve perto do golo um par de vezes, mas faltou-lhe frieza na definição, tal como em alguns lances em que os leões pareciam ter condições para desequilibrar. Alvalade exasperou com ele não raras vezes e ele entregou a Alvalade uma vitória sofridíssima já em tempo de compensação. Foi quem mais fez por merecê-la, mas borrou a pintura ao tirar a camisola que lhe valeu o segundo amarelo e acaba por tirá-lo do clássico com o FC Porto. Homem do jogo e réu.

 

O MOMENTO: golo de Gelson (mais um no último sopro)

Tal como em Tondela na semana passada, o Sporting arrancou a vitória em cima do apito final. Dois triunfos importantíssimos que mantêm a equipa de Jorge Jesus ligada à corrente do título ainda que a cinco pontos do FC Porto, adversário na próxima sexta-feira. Em Alvalade resistia um pingo de crença que foi materializado pela trivela de Gelson que desviou em André Micael e entrou no fundo das redes de Jhonatan.

FILME E FICHA DE JOGO

OUTROS DESTAQUES

Coates: não esteve 100 por cento seguro defensivamente, sobretudo nos primeiros 45 minutos. Mas foi o rosto do inconformismo de um leão que, reduzido a dez, lutava com todas as forças pelos três pontos. Uma semana depois de ter decidido fora de horas em Tondela, acabou o jogo a ponta de lança, mas desta vez sem o mesmo sucesso.

Bruno Fernandes: esteve muitos furos abaixo daquilo que fez, por exemplo, a meio da semana passada com o Astana. Mas terá sido, a par de Gelson, um dos elementos mais desequilibradores do Sporting. Teve tudo para marcar aos 41 minutos, mas faltou-lhe a pontaria que tem de sobra quase sempre.

Bilel: correu quilómetros em deslocações horizontais à procura de limitar a primeira zona de construção dos leões. Aos 11 minutos quase colhia os frutos da atitude em campo, quando esteve na iminência de roubar uma bola a Coates e ficar de Rui Patrício. Manteve a toada na segunda parte enquanto teve pernas e ainda gelou Alvalade quando bateu Patrício aos 53 minutos num lance anulado por braço na bola.

Tozé: irrequieto, foi quem mais tentou dar critério ao futebol dos cónegos quando conseguiam sair. Ensaiou alguns remates e testou a atenção de Patrício aos 32 minutos, num remate forte e colocado.

Jhonatan: ainda que os leões tivessem subjugado o Moreirense a momentos de pressão asfixiantes, não teve uma noite muito trabalhosa. Ainda assim, revelou sempre segurança máxima quando foi chamado a intervir. Fez uma defesa monumental aos 58 minutos a remate de Gelson. Nada a fazer no lance do golo, onde foi traído por um desvio em André Micael.