A curva em Moreira de Cónegos é apertada. Benfica e Sporting já lá tinham ido à berma, perdendo dois pontos; a alta velocidade na perseguição ao leão, o dragão acabou por também sair de pista. O mesmo resultado dos rivais, empate a uma bola frente a um Moreirense entregue sem reservas às manobras defensivas e feliz numa bola parada.

Um acidente dos azuis e brancos que deixa mossas irreparáveis na estrutura de Sérgio Conceição, ainda para mais depois de na véspera o Sporting ter passado com sucesso numa via bastante apertada aqui bem perto, no Minho frente ao Sp. Braga.

Cede terreno o FC POrto na perseguição à liderança, voltam a ser sete os pontos de distância quando há quinze para disputar. Contas complicadas, tal como o jogo que os azuis e brancos tiveram em Moreira de Cónegos. Frente ao ainda campeão nacional o Moreirense formou uma muralha defensiva, espreitou o ataque em contragolpe e resolveu de bola parada. Ferraresi marcou num pontapé de canto.

Ainda empatou o FC Porto a cinco minutos dos noventa, acabando o jogo com enorme polémica. Protestou muito o staff azul e branco, pediu-se grande penalidade no último lance do encontro. Do impacto sobre um ponto para cada lado.

FC Porto em círculos, Moreirense em linha reta

Com mais bola num jogo de paciência, o figurino do jogo no Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas desde cedo ficou declarado. Os dragões assumiram as despesas, o Moreirense não teve vergonha de jogar na expetativa e lançar-se e contragolpe quando a oportunidade surgisse.

Andou em círculos o FC Porto, fez demasiadas rotundas, circulou a bola, procurou espaços e para ultrapassar a última barreira axadrezada, quase sempre bem montada com uma linha de cinco elementos. Tentou as costas da defesa o conjunto de Sérgio Conceição, mas quando o passe não saiu largo estava lá um pé para fazer o corte.

Em contrário, o Moreirense jogou em linha reta, procurando a via-rápida. Poucos passes, iniciativa quase nula e umas primeiras saídas para o ataque rapidamente abafadas pelo FC Porto. Num canto em cima do intervalo os cónegos saíram em vantagem para o período de descanso.

Jogada estudada, David Simão fez o cruzamento no lado esquerdo para o coração da área, aparecendo no local combinado, na marca do penálti, Ferraresi a encher o pé esquerdo para rematar e forma violenta para o fundo das redes. Marchesín ainda tocou na bola, mas nada pôde fazer para evitar o golo.

Empate, assédio final e polémica

Veio com tudo para o segundo tempo o FC Porto, disposto a reagir à desvantagem. Segurou o Moreirense o guarda-redes Pasinato, com duas grandes intervenções primeiro a negar o golo a Taremi e depois a suster um livre de Sérgio Oliveira. A equipa da casa pôs água na fervura com uma ida de Rafael Martins à cara de Marchesín avisar que não tinha receio de sair em contramão pelo sentido único.

O tic-tac do cronómetro foi amigo do Moreirense e um empecilho para os dragões, que tentaram mudanças de velocidade, peões e habilidades para ultrapassar o último reduto cónego.  Massacre azul e branco, foi resistindo o Moreirense de quando em vez até ia à área contrária provocar calafrios.

A cinco minutos dos noventa o FC Porto encontrou o caminho das redes adversárias. De penálti, a castigar falta de Rosic sobre Toni Martrínez, o avançado Taremi fez a igualdade.

Cinco minutos pareciam escassos mas ainda havia tanta história para escrever. Toni Martínez ainda viu o VAR anular um golo, depois de festejos intensos, e no último lance pediu-se penálti num lance em que foi assinalado livre. Luis Diaz foi travado em falta, Hugo Miguel sancionou o livre na quina da área, os dragões pediram penálti.

Nervos até ao fim. Contas feitas, o FC Porto sai de Moreira de Cónegos a seis pontos do Sporting quando há cinco jornadas para se jogar.