Um Tondela eficaz e vertical venceu de forma personalizada em Moreira de Cónegos, conseguindo assim o primeiro triunfo (0-3) da temporada. Num embate entre equipas que se propõe a lutar pelos mesmos objetivos, os tondelenses foram pragmáticos e alcançaram uma vitória moralizadora.
Depois de terem conseguido a manutenção na derradeira jornada da última edição da Liga e ainda sem ganhar neste campeonato, Moreirense e Tondela defrontaram-se sem a corda na garganta. Fator que contribuiu para que os dois conjuntos se apresentassem de forma aberta e desinibida.
Mais incisivo o Moreirense na fase inicial, a jogar em casa, com uma postura solta e combinações interessantes. Uma forma de estar no jogo semelhante à dos tondelenses, que ainda que com menor predominância, também não se acanharam de explorar o setor mais adiantado.
Rafael Costa assinou o primeiro lance de «frisson» no Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas ao ficar perto de fazer um golo olímpico, com um pontapé de canto que bateu com estrondo no travessão da baliza de Cláudio Ramos.
Mas, contrariando a maior tendência ofensiva por parte do Moreirense, a equipa de Pepa reagiu com pragmatismo. Essencialmente isso, o Moreirense teve mais bola, atacou mais, mas o Tondela atacava com mais perigo.
Chegou, por isso, ao golo ao minuto 26 numa jogada em que veio ao de cima o espírito de luta e de sacrifício de Tomané. Lance confuso, a bola nunca esteve controlada por Tomané, mas o atacante nunca a deu como perdida e aproveitou para à terceira tentativa empurrar para o fundo das redes, adiantando o Tondela no marcador.
Um golo que veio acentuar a tendência registada até então. Em desvantagem os Cónegos correram atrás do prejuízo, Manuel Machado acrescentou Cádiz ao jogo ainda na primeira metade, mas continuou a ser o Tondela a mostrar mais serviço.
Jhonatan evitou o segundo com uma defesa milagrosa a travar um corte mal efetuado por um colega e Murilo atirou cruzado a rasar o poste enquanto o Moreirense se perdia em tentativas estéreis para criar perigo. Ernest entrou ao intervalo para dar mais velocidade ao conjunto da casa, até agitou as águas com remate de pronto logo nos primeiros instantes, mas tudo aos soluços e sem grande sequência.
Sem perder tempo, Ricardo Costa, o capitão do Tondela, arrumou com a questão logo aos 54 minutos na sequência de um pontapé de canto. Pedro Nuno bateu de forma exímia, Ricardo Costa apareceu a cabecear, de forma simples, desnivelando o marcador.
O triunfo do Tondela em Moreira de Cónegos ficou praticamente selado, o conjunto de Pepa limitou-se depois a gerir as incidências do jogo, que ficaram ainda mais simplificadas com a expulsão de André Micael, que no espaço de dois minutos viu duas cartolinas amarelas ao travar contragolpes do Tondela. Nos instantes finais Tyler Boyd ainda fez o resultado ganhar contornos de goleada, com um desvio subtil num contra-ataque bem delineado.
Triunfo tão saboroso e galvanizador quanto justo para o Tondela,que não precisou de deslumbrar para demonstrar eficiência diante de um Moreirense ainda muito amorfo, com a equipa em construção, mas ainda com demasiadas lacunas evidentes.
