Core-se de vergonha. 40 faltas (!), sete amarelos, e três expulsões junto às áreas técnicas. O espetáculo proporcionado por Feirense e Boavista foi feio e pobre, o que tem pouca razão de ser.
Os dois conjuntos tinham todas as condições para ofereceram um espetáculo melhor e mais interessante. A pressão da tabela classificativa é praticamente inexistente – os fogaceiros até jogavam a liderança isolada da Liga.
No entanto, o fantasma do lado feio do jogo assombrou todos os que pisaram o Marcolino de Castro. Um sem fim de quezílias, inúmeras interrupções para assistências aos jogadores, demoras no reatamento por protestos. O total do tempo de compensação foi de 13 minutos. Enfim, o tempo útil de jogo escasseou.
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Enquanto a bola rolou, é justo dizer que o Feirense foi superior ao seu adversário. Foi dono e senhor da bola, dispôs das melhores ocasiões para marcar e acaba penalizado pelo empate.
Os axadrezados salvaram-se pela inspiração de Helton Leite. O guarda-redes brasileiro retardou ao máximo o golo fogaceiro. Que o diga Briseño que em duas ocasiões na sequência de pontapés de canto (20’ e 45’). Sturgeon também desperdiçou ao segundo poste um belo cruzamento de trivela de Luís Machado (28').
Durante meia hora, o Boavista raramente se acercou com qualidade da baliza de Caio Secco. Porém, na segunda vez que o fez chegou à vantagem. Injusto, sublinhe-se. Rochinha recebeu o passe de André Claro e ultrapassou Bruno Nascimento antes de ser derrubado por Vítor Bruno em plena grande área. Falcone não desperdiçou a oportunidade de se estrear a marcar pela pantera.
Na etapa complementar os nervos continuaram à flor da pele e toldaram o raciocínio. Jorge Simão, por exemplo já tinha sido expulso do banco ao cair da primeira parte e, ao minuto 51, foi Idris a ver dois amarelos no espaço de alguns segundos. Porventura, por palavras dirigidas a Rui Costa, prejudicando o Boavista.
Naturalmente, o Feirense cresceu e foi atrás da reviravolta. Não conseguiu, é um facto, mas não foi por falta de oportunidades. O pontapé cruzado de Crivellaro saiu a centímetros do poste da baliza de Helton (49’) antes do disparo de Vítor Bruno ser travado pelo brasileiro (52’).
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Acabou por ser à-bomba que o Feirense igualou a partida. Inspiração pura de Edinho: receção, rotação e finalização soberba, ao ângulo da baliza contrária. A equipa de Nuno Manta acreditou, arriscou e tentou pelo corredor central e pelas faixas, mas esbarrou invariavelmente em Helton Leite. A defesa da tarde do ex-Botafogo aconteceu ao minuto 71: voo delicioso a negar o golo a Vítor Bruno.
Nesse minuto caiu a cortina em relação às oportunidades de golo. O relógio correu depressa para os fogaceiros, lentamente para os axadrezados.
Esta foi, no fundo, a história da tarde em que o Feirense esbanjou a oportunidade de visitar Alvalade como líder isolado da Liga. Mantem-se ainda invicto e prossegue com o melhor arranque de sempre no principal escalão. O Boavista, por sua vez, somou o quarto ponto.
O exemplo perfeito do lado feio do jogo
- Vítor Maia
- Jornalista
- @VtorMaia4
Estádio Marcolino de Castro, Santa Maria da Feira
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