FIGURA: Helton Leite

Felino dentro dos postes, seguríssimo fora deles. O Boavista parece ter acertado em cheio na contratação do sucessor de Vagner, a julgar pelas primeiras três amostras, claro. O jogador recrutado ao Botafogo realizou inúmeras defesas sensacionais, com destaque para o voo incrível a disparo de Vítor Bruno (71'). Rui Costa não sabe o que perdeu, pois assinalou pontapé de baliza, ou seja, não viu a defesa do guarda-redes brasileiro.


Momento: bomba de Edinho dá empate

O Feirense estava em superioridade numérica, mas tardava em chegar à igualdade. Ora as tentativas saiam longe do alvo, ora esbarraram em Helton Leite. Foi quase sempre assim, à exceção do momento de inspiração de Edinho. O avançado de 36 anos teve, pela primeira vez, tempo e espaço para executar e aproveitou-o. Recebeu à entrada da área, rodou e atirou ao ângulo da baliza contrário. Com 36 anos, ainda tem capacidade para momentos como este. Sem dúvida, o melhor lance que se viu esta tarde.

MENÇÃO NEGATIVA: o comportamento inaceitável de Idris

Uma atitude muito feia do capitão do Boavista. A expulsão foi imprudente e até desnecessária, contudo, o que se passou a seguir foi feito e completamente reprovável. O médio recebeu ordem de expulsão, encaminhou-se para o túnel e ainda no relvado decidiu descalçar as botas, retirar as caneleiras e baixar as meias. Pelo meio fez um gesto obsceno em direção aos adeptos fogaceiros. Um comportamento que mancha os valores de um emblema centenário.

LEIA AINDA A CRÓNICA DO JOGO


Outros destaques:

Tiago Silva: à semelhança dos três jogos anteriores, manteve-se como o melhor jogador do Feirense. Pensa e define muito bem, colocando a qualidade de passe ao serviço da equipa. É capaz de queimar linhas com passes verticais como abrir em largura, ou seja, sabe sempre qual o melhor caminho para atacar. Fez dois cruzamentos soberbos que Briseño só não aproveitou na perfeição porque Helton não deixou.

Falcone: dois golos em dois anos na Liga, ambos ao Feirense. O Marcolino de Castro é talismã para o argentino. Esteve entregue à sua sorte durante grande parte do jogo, mas conseguiu fazer o que lhe compete: golos. Cobrança exímia da grande penalidade que deixou o Boavista em vantagem à beira do intervalo.

Rochinha: continua intermitente. No entanto, na única vez que teve oportunidade para aparecer no jogo conquistou uma grande penalidade que permitiu ao Boavista inaugurar o marcador. Refira-se que a sua equipa nem tinha feito muito por merecer a vantagem, mas quem tem um talento como Rochinha arrisca-se a ver o jogo mudar de um momento para o outro. A qualidade que tem merece continuidade.

Briseño: 24 aninhos, líder absoluto da defesa fogaceira. Concentração nos píncaros, agressividade quanto baste. O mexicano foi intransponível tanto pelo ar como pelo chão. A forma como celebra cada corte reflete a intensidade que coloca em cada disputa. Ainda tentou o golo em três ocasiões, mas Helton opôs-se na perfeição.

Edinho: nem se nota que tem 36 anos tamanha a alma, dedicação e qualidade que empresta à equipa. Esse é, sem dúvida, o melhor elogio que pode ser feito ao ex-Vitória de Setúbal. Ofereceu o melhor momento da tarde a quem passou pelo Marcolino de Castro esta tarde, num lance de inspiração pura que deu um ponto ao Feirense.