É OFICIAL! O Arouca deste início de temporada não é mais do que um ténue esboço daquele que na época passada fez tremer os «grandes» por mais do que uma vez e conseguiu, com autoridade, o apuramento para a Liga Europa. Tem-lhe faltado a segurança, a maturidade e a alma de outrora. E hoje, no Restelo diante do Belenenses, voltou a faltar-lhe durante boa parte do jogo.

Depois da derrota caseira diante do recém-promovido Desp. Chaves, a equipa de Lito Vidigal entrou em campo com quatro caras novas: Thiago Carleto, Adilson, Nuno Valente e Artur foram lançados para os lugares de Hugo Basto André Santos, Crivellaro e Mateus. Do meio-campo, mantinha-se apenas o capitão Nuno Coelho.

Filme e ficha do Belenenses-Arouca

Mas a nova receita do técnico dos arouquenses não surtiu efeitos. Duas investidas perigosas pela direita e um remate enrolado de Walter González foram tudo o que a equipa de Lito apresentou de bom nos primeiros 45 minutos e ainda numa fase madrugadora da partida.

A denotar uma segurança que tantos dissabores lhes deu na época passada, os lisboetas anulavam sem grandes dificuldades os visitantes. Palhinha e Rosell chegava e sobravam e, lá atrás, Domingos Duarte (sobretudo ele) ganhava a maioria das batalhas com o possante Walter González.

A juntar a isso, algumas doses de alquimia num ataque a demonstrar bom entendimento entre Miguel Rosa e, sobretudo, Gerso e Camará, que formaram uma sociedade interessante e que começou por dar resultados práticos aos 15 minutos, quando o extremo cruzou de forma exemplar para o voo do avançado na zona da pequena área.

O golo não despertou os arouquenses, com um futebol atarracado e demasiado previsível e inconsequente. Era preciso acordar a equipa de um sono profundo. Dar-lhe velocidade. Dar-lhe, no fundo, uns toques de irreverência.

E eles chegaram. Lito foi buscar Kuca. Entrada previsível para o lugar de Walter González, o homem-golo do Arouca. Ai Jesus! Se corresse mal, era vê-los caírem-lhe em cima. Mas bastaram cinco minutos para perceber que a varinha de condão ainda funciona. Artur cruzou da direita e o extremo cabo-verdiano que se vestiu de avançado antecipou-se a Gonçalo Brandão e desviou com o pé direito ao primeiro poste para dar o empate ao Arouca.

O Belenenses procurou reagir ao golo dos visitantes, mas não conseguiu dar seguimento aos bons sinais deixados nos primeiros 45 minutos. Ainda assim, Julio Velázquez tentou dar um novo boost ao ataque dos azuis: refrescou a ala direita com Sturgeon e lançou Andric para o lugar de Vítor Gomes. O sérvio dispôs da melhor oportunidade da segunda parte, mas falhou um cabeceamento após cruzamento de Gerso.

Empate penalizador para o Belenenses, diante de um Arouca que continua com os índices de confiança baixíssimos mas que conseguiu travar uma sequência de três desaires consecutivos. Menos mal.