* Por Raul Caires

O Estoril venceu o Nacional este sábado graças a um autogolo de Aly Ghazal marcado aos 9 minutos da primeira parte, em partida a contar para a 11.ª jornada da I Liga. Manuel Machado não queria perder mais pontos na Choupana, mas tal não foi possível sobretudo porque a sua equipa não conseguiu materializar em golos uma superioridade evidente face a um Estoril que cedo recuou em campo, num clara aposta de defesa de uma vantagem conquistada com muita felicidade.

O conjunto de Fabiano Soares entrou a todo o gás no jogo, talvez com a expectativa de explorar algum desacerto inicial do Nacional na sua zona defensiva, em virtude das ausências, por castigo, dos seus laterais habituais: Sequeira e Victor Garcia. Logo aos dois minutos, Kléber esteve muito perto de marcar, após cruzamento de Matheus Índio, tendo o lance terminado em canto após uma intercepção atenta de um defesa alvi-negro. A equipa da casa reagiu pouco depois, através de Ricardo Gomes, mas o remate efectuado de ângulo difícil encontrou um guardião Moreira muito atento.

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O primeiro golo da partida surgiu na resposta estorilista a este lance. Aos dez minutos, um cruzamento de Mattheus desde a esquerda,, foi desviado por Aly Ghazal na direcção da própria baliza, traindo Rui Silva. O Nacional ficou em desvantagem no marcador, mas o jogo ficou a ganhar em emoção.

E a equipa de Manuel Machado reagiu, e ao fazê-lo abriu mais espaços para o contra-ataque dos “canarinhos”. Aos 26', Ricardo Gomes desmarcou-se nas costas dos centrais do Estoril após tentar contornar Moreira, perdeu o tempo em demasia para desferir um remate certeiro.

Na resposta, cerca de cinco minutos depois, Matheus Índio fez uma grande incursão, desta vez pela direita, mas terá sido egoísta na opção tomada de tentar desfeitear Rui Silva, já que tinha colegas no centro da área em melhor posição.

Antes do intervalo, os dois técnicos foram obrigados a mexer nas equipas, em ambos os casos devido a lesões. Mano cedeu o lugar a Joel, no Estoril, enquanto que Mauro fez o mesmo a Tiago Rodrigues. Estas alterações inesperadas mexeram mais com o conjunto do Nacional, mas mesmo assim a equipa madeirense esteve mais perto do empate que os estorilistas da dilatação da vantagem.

Mesmo em cima do apito para o descanso, um cruzamento de Salvador Agra encontrou Hamzaoui à boca da baliza. Só que o avançado argelino demorou algum tempo e já perante a saída de Moreira, não conseguiu melhor que atirar para fora... muito perto do poste esquerdo.

O reatamento começou com os mesmos tons de emoção com que a partida foi para o intervalo. Aos 47', após um lance algo confuso que deixou a bola pingar em zona de finalização, Cádiz rematou ao poste esquerdo, tendo na recarga Rui Correia cabeceado para as mãos seguras de Moreira.

Contudo, alguns minutos depois da entrada a «todo o gás» do Nacional tornou-se mais perceptível que a emotividade que havia marcado o primeiro tempo ia esbarrar num Estoril que reentrou com as suas linhas mais recuadas, numa clara e exclusiva aposta no contra-ataque.

Perante o congestionamento cada vez maior que se vislumbrava no caminho da baliza de Moreira, o técnico Manuel Machado mexeu na equipa, tendo em pouco mais de dez minutos, trocado dois elementos defensivos, César e Aly Gahzal, por outros mais ofensivos, Witi e Bonilla.

Sucederam-se lances de perigo relativo, mas foi notório que o Nacional passou a jogar mais com o coração do que com a cabeça, passe-se o uso de uma expressão feita. Mas cabeça e coração não faltaram ao Estoril, pois com muita calma e concentração foi dando a resposta adequada para alcançar o objectivo que traçado por Fabiano Soares para o segundo tempo: Segurar a vantagem a todo o custo...