A figura: Pedro Santos

Talvez o único jogador que se preocupou em jogar futebol na segunda parte, carregando a sua equipa após esta ter ficado reduzida a nove elementos. É verdade que está na origem de toda a confusão, mas compensou isso com uma atitude inatacável. Sozinho, conduziu todos os lances de contra-ataque arsenalista, esbarrando na muralha defensiva contrária.

O momento: Bracali segura último suspiro de futebol (59')

Imperturbável perante a confusão que se gerou na sequência da grande penalidade, o guardião arouquense segurou o remate de Alan. Chegou a parecer que essa defesa podia catapultar a sua equipa para a busca da vitória, mas o futebol morreu mesmo nas suas mãos nesse lance.

Negativo: havia mesmo necessidade?

A noite gelada de Arouca estava a ser aquecida por um futebol positivo que tinha tudo para agradar aos amantes de futebol. Duas equipas com futebol ofensivo, incerteza no marcador e lances de perigo. Depois, veio ao de cima o que não faz falta. O futebol ficou de parte, cedendo o palco a quezílias entre jogadores. Tudo começou no lance da grande penalidade – que nem suscitou grandes protestos – quando Gegé e Pedro Santos se desentenderam. A partir daí foi uma montanha russa de confusão, que acabou com a expulsão de Rui Fonte e, depois, também de Djavan. Foi pena. E não, não havia necessidade.

Outros destaques:

Lucas Lima:

Mora em Arouca um dos melhores laterais esquerdos a atuar no futebol nacional. Após um período de adaptação que correu muito bem, o brasileiro surge cada vez mais como um dos responsáveis pela boa época dos arouquenses. Eficaz defensivamente, é sempre um excelente apoio ao setor avançado. E ainda há as bolas paradas onde o seu pé esquerdo leva sempre muito perigo para as balizas adversárias. Marafona que o diga: pouco antes do intervalo teve de se esticar bem perto do poste para suster um livre batido de muito longe por Lucas Lima.

Marafona:

Excelente exibição do ex-Paços de Ferreira. Segurou todas as tentativas dos arouquenses, sobretudo na primeira parte e, na segunda, perante menos trabalho, esteve sempre atento. Paulo Fonseca tem duas excelentes soluções para a baliza.

Zequinha:

Esteve em todos os lances de perigo dos arouquenses. Na primeira parte criou um lance de golo que Artur desperdiçou, perdeu em velocidade numa jogada em que só tinha de encostar uma bola para a baliza deserta e ainda atirou uma bola ao ferro da baliza de Marafona. Tudo no espaço de 15 minutos. De resto, manteve-se sempre ligado até ser substituído por Lito Vidigal, situação que não lhe agradou nada. Insatisfação terminou com um aperto de mão ao técnico.

Walter:

É mesmo craque o paraguaio que o Arouca recrutou em dezembro. Depois de dois jogos a marcar, o dianteiro parece ter convencido Lito Vidigal que o técnico não pode abdicar da fantasia e verticalidade do seu jogo. Deu muito trabalho aos defensores adversários e até chegou a marcar, ainda que num lance bem invalidado pelo árbitro da partida, por posição irregular. A avaliar pelo que tem feito, não deve cumprir o ano e meio de empréstimo no clube da serra da Freita.

Djavan:

De regresso à equipa após uma ausência de mais de um mês e meio, o brasileiro surgiu no onze titular, e cotou-se como um dos melhores dos arsenalistas na primeira parte. Na retina, além de algumas incursões no ataque, fica um corte providencial a evitar o golo de Zequinha logo aos sete minutos. O brasileiro até partiu atrás do opositor mas chegou à bola em primeiro lugar, evitando um golo certo, num lance em que Marafona não estava na baliza. O seu regresso pode ser muito útil a uma equipa que se mantém nas quatro frentes. Mas é o seu futebol que faz falta, e não o tipo de lance que resultou na sua expulsão, após ter pisado um adversário.