*por Tomás Faustino

Um Nacional seguro e confiante fez o suficiente para levar de vencida um opositor que voltou a sair prejudicado pelos problemas disciplinares que o caracterizam e que terminou novamente uma partida sem onze elementos em campo.

O dérbi madeirense é sempre um jogo especial e os adeptos não quiseram perder a oportunidade de apoiar os seus, fazendo com que o Estádio da Madeira registasse uma das melhores casas da época. Conscientes do quanto o jogo significa para os apoiantes de ambas as equipas, as duas coletividades entraram em campo com uma atitude positiva e focadas em proporcionar um bom espetáculo ao púbico presente na Choupana.

Assim, apesar de um ligeiro ascendente dos alvinegros, eram os verde-rubros que começavam por criar perigo.

Primeiro num livre traiçoeiro de Tiago Rodrigues ao qual Rui Siva se opôs, revelando ótimos reflexos, e depois num remate de Dyego Sousa sobre a barra, quando tinha tudo para marcar, após uma ótima desmarcação a passe do compatriota Éber Bessa. Não marcou o Marítimo, fê-lo o Nacional: Sequeira rompeu pela esquerda e, numa tentativa de cruzamento, surpreendeu Salin e acabou metendo a bola na gaveta!

O jogo passou então por uma fase de maior equilíbrio a meio-campo, interrompida apenas pelas arrancadas incríveis de Salvador Agra e Soares, mas sem que nenhuma culminasse em golo. Com o aproximar do intervalo, o Marítimo foi chegando com maior frequência ao último terço nacionalista e tal atitude seria premiada com o golo do empate sobre o intervalo, com Dirceu a dar a melhor sequência ao canto batido por Ruben Ferreira, rematando tenso para o fundo das redes, de pé esquerdo, após Raúl Silva ter cabeceado ao primeiro poste contra um defensor contrário, levando a bola a sobrar para o ex-Londrina.

A emoção estava ao rubro e o «sururu» criado no túnel de acesso aos balneários prometiam uma segunda parte empolgante. Ainda estávamos no primeiro minuto de jogo após o reatamento e já Raúl Silva via o segundo amarelo e comprometia as aspirações da sua equipa, após parar em falta mais uma arrancada de Soares. A tarefa complicava-se imenso para os pupilos de Ivo Vieira e, pouco a pouco, o Nacional foi crescendo. Primeiro, Soares avisou de pé esquerdo, depois, Salvador Agra, de livre direto, obrigou Salin a difícil intervenção, até que Rui Correia, na sequência de um pontapé de canto, encostou e colocou o Nacional novamente em vantagem.

O jogo partiu-se e o Nacional foi criando oportunidades, mas ou o remate não saía com a pontaria desejada ou Salin ia-se opondo com maior ou menor dificuldade, até que aos 80, Willyan, com um tiraço do meio da rua, pôs um ponto final na partida. Até ao fim, o Marítimo não conseguiu recuperar do profundo golpe e, num ambiente adverso e com o jogo cada vez mais quente, os seus jogadores não encontraram a lucidez necessária para alterar o rumo dos acontecimentos e Edgar Costa, num ato irrefletido, pontapeou Salvador Agra e também foi para o banho mais cedo.

Uma vitória que assenta bem ao Nacional pela superioridade que revelou sobretudo na segunda parte, frente a um Marítimo que deu luta enquanto se aguentou de igual para igual. Depois da expulsão o jogo tomou outro rumo e os alvinegros venceram com toda a naturalidade.