Tensão que se sentia à distância na Amoreira, num jogo duro entre Estoril e FC Porto que terminou com o Dragão a salvar uma vitória preciosa, mesmo sem ter conseguido fazer um grande jogo. Depois deste 2-1, fica para já a um ponto do Benfica, que joga segunda-feira em casa do V. Setúbal, na jornada que antecede o clássico com o Sporting.

Era uma deslocação mentalmente exigente para o FC Porto, a um terreno onde o dragão passa tradicionalmente por dificuldades, e sem poder perder mais terreno na Liga. Do outro lado estava um Estoril muito abaixo do que tem sido noutras épocas, mas que neste final de tarde puxou dos galões e fez peito ao dragão.

Nuno optou por André André a titular, deixando no banco Corona, além de ter feito regressar Maxi ao lado direito da defesa, depois de ter regressado de lesão. No Estoril, Pedro Carmona deu a titularidade ao reforço André Claro e a Kléber no centro do ataque, mas foi no meio-campo, com Afonso Taira mais recuado e muito bem apoiado por Diogo Amado, que o Estoril ganhou uma base sólida para contrariar o FC Porto.

O jogo começou praticamente com aquela que foi talvez a melhor oportunidade do FC Porto na primeira parte, num livre lateral em que Danilo apareceu na área a cabecear por cima.

Mas o que se seguiu foi um jogo cinzento, com o Estoril concentrado e o FC Porto com dificuldades em dar amplitude ao seu jogo. Sem jogar pelas alas, sem velocidade e criatividade, o resultado foi um FC Porto incapaz de contornar a barreira que o Estoril ia conseguindo erguer, sem conseguir fazer a bola chegar jogável lá à frente, com André Silva a recuar também para ir ao seu encontro.

O FC Porto conseguiu chegar poucas vezes à área e, quando o fez, não criou grande perigo. Houve mais um remate de André André ao lado, a passe de Alex Telles, pouco mais.

O Estoril, por seu lado, ficava-se pela concentração defensiva, de resto eram claras as dificuldades em explorar os poucos momentos de desequilíbrio que aconteciam para sair rápido para o contra-ataque.

No banco do FC Porto, Nuno decidiu mudar ainda antes do intervalo e fez entrar Brahimi. Menos previsível, entrou para o lugar de Diogo Jota.

Até ao intervalo o tom do jogo nem por isso mudou. A segunda parte teve o início atrasado por causa de um petardo lançado da zona das claques do FC Porto para a baliza de Moreira e isto não ia ficar por aqui.

Em campo, o FC Porto foi começando a ganhar maior capacidade de pressão e a quebrar a resistência do Estoril, num jogo que ia sendo também marcado por várias entradas duras e protestos.

O FC Porto teve várias oportunidades, por Felipe, por André Silva, depois um lance na área num remate de Felipe. Mas não chegava, o marcador mantinha-se a zero. E Nuno fez uma dupla substituição a pouco menos de meia hora do fim. Sairam Herrera e Oliver, entraram Corona e Rui Pedro. No Estoril, Pedro Carmona também fez entrar Bruno Gomes, a tentar que a equipa conseguisse mais alguma pressão lá na frente.

Aos 71m, imagens inacreditáveis num jogo da Liga. Quando Brahimi lançou Rui Pedro, que introduziu a bola na baliza antes de perceber que lhe tinha sido assinalado (bem) fora de jogo, as claques voltaram a contribuir para estragar as coisas, atirando vários petardos para o meio do relvado. Foram os próprios jogadores do FC Porto a dirigirem-se para a zona e afastar os engenhos a arder, enquanto pediam calma aos adeptos.

O jogo partiu durante alguns minutos e o Estoril aproveitou para aparecer na área de Casillas duas vezes seguidas, uma por Bruno Gomes, outra por André Claro. Mas o FC Porto pressionava e tinha mesmo ganho o que lhe faltou durante a primeira parte, amplitude e velocidade.

Rui Pedro teve uma grande oportunidade aos 80 minutos, a bola saiu por cima. E dois minutos mais tarde aconteceu o lance que decidiu o jogo. Moreira atirou-se à bola nos pés de André Silva, bola e pés, penálti. O avançado não falhou.

Estava quebrada a resistência do Estoril, o FC Porto em definitivo por cima. Rui Pedro ainda esteve perto do 2-0, mas ele foi assinado por Corona, a finalizar um grande contra-ataque.

Não acabou um jogo intenso, intenso sem uma espécie de golo de honra do Estoril, um belo golo marcado por Dankler, o último a entrar numa equipa da Amoreira que já jogava reduzida a 10, por expulsão de Diakhité em cima dos 90 minutos.

Uff. Foi noite para gente grande na Amoreira. O Estoril deixou boa impressão, mas no fim de contas vai dar ao que tem dado, uma derrota. O FC Porto salvou o essencial, três pontos e a capacidade de manter pressão sobre o Benfica e chegar motivado ao clássico com o Sporting, já para a semana.