O Marítimo conquistou em Moreira de Cónegos o primeiro triunfo da época, vencendo o Moreirense pela margem mínima (0-1) num encontro que valeu essencialmente pelos três pontos conquistados para a equipa insular. O conjunto de Paulo César Gusmão sofreu no arranque do encontro, passou por calafrios na reta final, mas agarrou-se aos pontos e ao cabeceamento certeiro de Fransérgio ainda no primeiro tempo.

Com um arranque de época positivo, o Moreirense averbou a primeira derrota, que certamente custa a digerir em virtude da forma como foi consentida: em casa e com todos os dados estatísticos a seu favor, mas sem vantagem no que realmente interessa, os golos. Nesse capítulo o Marítimo foi mais eficaz e leva os três pontos na bagagem para a Pérola do Atlântico.

Vindo de uma vitória robusta em Santa Maria da Feira, e talvez por isso fazendo jus à máxima que diz que em equipa ganha não se mexe, o Moreirense entrou em campo com o mesmo onze das duas rondas anteriores e a todo o gás, imprimindo o seu ritmo ao encontro e criando situações de perigo.

O conjunto de Pepa construiu três oportunidades soberanas para marcar nos primeiros dez minutos, com Gottardi a ter de fazer duas defesas de recurso a remates de Francisco Geraldes e de Nildo. Também o central Raul teve de dar o corpo à bola para suster um remate à queima-roupa de Nildo na sequência de um pontapé de canto.

Ao sentido único imposto pelo Moreirense, com o Marítimo a demonstrar as lacunas que valeram duas derrotas nas duas primeiras rondas da Liga, a equipa insular respondeu com um golo, o primeiro oficial da presente temporada. Depois de um primeiro remate com muita força de fora da área, o capitão Fransérgio colocou de cabeça, no mesmo minuto (14), o Marítimo na frente do marcador. Alex Soares cruzou na direita, o médio cabeceou sem hipóteses para Makaridze.

Golo contra a corrente do jogo, resultado inglório para a equipa da casa que acusou o golo sofrido e sentiu dificuldades em voltar a ligar o seu jogo. Mesmo sem grandes rasgos de genialidade, o Marítimo aproveitou a intranquilidade da equipa da casa e a fechar a primeira metade Baba quase fazia o segundo ao aparecer na casa de Makaridze, atirando, contudo, ao lado.

Depois do período de descanso manteve-se a toada, com um Moreirense enérgico a tentar recuperar a desvantagem, com muito esforço, mas sem criatividade e sem soluções para encostar o Marítimo ao seu último reduto, mesmo acabando o encontro com dois pontas de lança em campo, Roberto e Ramirez.

Ainda assim, mesmo sem um critério propriamente definido, o Moreirense criou oportunidades para igualar o encontro. Nildo atirou ao poste antes de ser substituído e Fati, que rendeu na primeira jornada saído do banco, esteve perto de voltar a fazer estragos. O atacante testou a tenção de Gottardi de livre e não ficou muito longe de marcar na sequência de um pontapé de canto.

Pelo meio Alex Soares quase fazia o segundo para o Marítimo num lance ofensivo para o Moreirense, mas valeu um defensor do Moreirense a fazer um corte verdadeiramente milagroso em cima da linha de golo.

Deu mais Moreirense, a equipa de Pepa procurou o golo, mas esbarrou num Marítimo aguerrido e que se agarrou com unhas e dentes aos pontos, aos pontos que ainda não tinha. Makaridze, guarda-redes do Moreirense acabou o jogo na área adversária com Paulo César Gusmão a gesticular e a pedir o final do encontro. Não deslumbrou, mas o mais importante nesta fase era mesmo pontuar. Balão de ar fresco para o Marítimo antes da pausa no campeonato.