Se havia algum sinal de crise aqui, o Belenenses saltou por cima. Dois golos de bola parada abriram o resultado no Restelo, onde o Moreirense tentou surpreender, equivaleu-se no relvado à equipa lisboeta, mas caiu na especificidade das bolas paradas. Depois, acabou por sofrer o terceiro num momento do jogo em que tinha sido, até então, melhor que o rival desta jornada 10: a meia distância.

A eliminação na Taça de Portugal terá sido dura. A derrota em Tondela foi com certeza. Mas se ainda não reparou, o Belenenses é sexto classificado (o Boavista ainda não jogou). Acima tem os três ditos grandes, o Sp. Braga e o Marítimo. Não jogou bonito, não. Mas, reforce-se, fez o que tinha a fazer.

O calor que se sentia em Lisboa trazia cheiro de pré-temporada ao Restelo. Este verão que se prolonga pelo outono adentro invadiu também o futebol no relvado. Começou com muitas faltas, pois muita gente chegou atrasada a duelos. Não se imprimiu muita velocidade, ainda que um outro intérprete o tentasse.

Bem mais aflito na tabela, o Moreirense quis surpreender. Tozé começou na esquerda, mas ia para as entrelinhas azuis tentar desequilibrar. Bouba Saré e Yebda fechavam as portas, mas quando o Belenenses tentou transitar rápido, definiu mal.

Sem jogadas de velocidade, sem grande criação de parte a parte, surgiram tentativas de longe. E nesse capítulo, ninguém tentou mais do que Rafael Costa: por quatro vezes rematou de longe, uma para defesa apertadíssima de Muriel, outra à trave. As seguintes para fora e, depois, o resultado funcionou.

Existia algum ascendente visitante, embora pouco visível, quando o Belenenses ganhou um canto. Bola na área, Yebda mais alto que toda a gente e golo. De Saré, porque ainda estamos no 1-0 e não no segundo, que selou a partida em definitivo.

O intervalo trazia vantagem belenense que quase caía por terra logo a abrir o segundo tempo. Um erro da defesa lisboeta deu a Zizo a oportunidade de empate, mas o egípcio atirou ao lado. O Moreirense teve uma ocasião que lhe caiu à frente dos pés e desperdiçou-a. O castigo pela ineficácia foi letal.

Cinco minutos após o reatamento, Yebda acudiu a outro canto de Chaby e atirou a bola para o fundo das redes. Com 2-0, percebia-se que por muito que Manuel Machado tentasse alimentar a ofensiva do Moreirense, o triunfo não fugiria ao Belenenses, quase sempre seguro no processo defensivo.

Ora, quando os minhotos quiseram arriscar ainda mais, o jogo tornou-se aberto, mais interessante pela emoção que traz e Roni apontou o golo mais bonito que se viu nesta tarde/noite. Ironicamente, um remate de meia distância, aspeto em que o Moreirense foi sempre mais perigoso, mas no qual também se revelou ineficaz.