Grande resposta do Sporting no Restelo, não só à goleada do Benfica, mas também ao desaire do FC Porto, com uma exibição categórica e uma goleada mão cheia de golos num festival de oportunidades desperdiçadas. Terceira vitória da equipa de Jorge Jesus entre os dois dérbis de Lisboa, dez golos nos últimos dois jogos, que permitem ao leão manter a pressão sobre o líder Benfica e, desta vez, também para deixar o Dragão a uns longínquos sete pontos na classificação. O futebol positivo de Velázquez é agradável para os adeptos, mas pouco eficaz diante dos grandes de Lisboa. Depois dos cinco consentidos diante do Benfica, mais uma mão cheia diante do Sporting.

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Ainda com a notícia fresca da derrota do FC Porto em pleno Dragão, o Sporting entrou com tudo no jogo, com uma forte pressão que começava com Slimani a encostar em Ventura e toda a equipa nas costas, a montar uma pressão asfixiante sobre o último reduto dos «azuis», com desataque para o papel determinante de William Carvalho, em grande destaque, na recuperação de bolas e na alimentação de um ataque sedento. O Belenenses, com dois novos laterais, não tinha a mãos a medir e os leões quase marcaram no primeiro minuto, com Slimani, lançado por Téo Gutiérrez, a fugir a toda a gente a obrigar Ventura a aplicar-se para evitar um golo madrugador.

Um gesto que se repetiu vezes sem conta ao longo da primeira parte, com bola nas costas da defesa do Belenenses, e o argelino a fugir. Só nos primeiros quinze minutos, Slimani teve, pelo menos, mais duas oportunidades flagrantes, mas sem acertar na baliza de Ventura. Pelo meio, Carlos Martins ainda provocou um pequeno calafrio, numa descida até à linha de fundo a culminar com uma tentativa de chapéu a Patrício. Mas era o Sporting que mandava no jogo, que impunha o ritmo e criava desequilíbrios. Depois de três oportunidades desperdiçadas por Slimani, William levou os adeptos ao desespero. Recuperou uma bola, combinou com Slimani à entrada da área e o avançado devolveu de calcanhar. De repetente, o médio estava destacado diante de Ventura, fez tudo bem, contornou o guarda-redes e, com a baliza escancarada, escorregou e atirou ao lado.

Um lance que gerou alguma apreensão entre os adeptos leoninos. Estavam decorridos apenas dezasseis minutos de jogo, mas a bola parecia determinada a não entrar. Rúben Semedo também cabeceou à figura de Ventura e Téo atirou cruzado a rasar o segundo poste, mas o golo chegou logo a seguir. Mais uma recuperação de William [que grande noite!], passe de Adrien a destacar Slimani que desta vez teve sangue frio. Com toda a calma do mundo, o argelino, deixou Gonçalo Silva passar a deslizar por si, ajeitou a bola e colocou-a junto ao poste mais distante. O mais difícil estava feito, mas logo a seguir chegou um «brinde» que permitiu aos leões solidificar a vantagem. Falta clara de Tiago Almeida [o lateral que rendeu Geraldes] sobre Bryan Ruiz. Slimani, da marca dos onze metros, voltou a atirar a contar.

Até ao intervalo, mais uma oportunidade flagrante para Slimani, antes do Belenenses dar um ar da sua graça, num momento em que os leões já levantavam o pé. Primeiro num remate de Carlos Martins de fora da área que não passou muito longe da trave, logo a seguir num remate cruzado de Miguel Rosa que Patrício conseguiu desviar com a ponta dos dedos. Mas a verdade é que a vantagem do Sporting estava mais do que justificada e só pecava por ser escassa, tantas foram as oportunidades desperdiçadas. Contas que acabaram por ficar acertadas no início do segundo tempo, com um Belenenses a tentar reagir à desvantagem e um leão bem mais eficaz, a aproveitar os sucessivos erros dos «azuis».

Os destaques do jogo: festival de Sli e Téo

Primeiro Adrien, a agradecer um mau alívio de Gonçalo Brandão e a fazer o terceiro com um remate colocado fora da área. Logo a seguir, nova situação de caos na área do Belenenses, e Bryan Ruiz solta a bola para Téo Gutiérrez [parece em posição irregular] a fazer o quarto. Sem tempo para respirar, Slimani ainda fez o quinto, mas foi assinalado fora de jogo [que desta vez não existe].

A vantagem era mais do que confortável, não só pelo marcador, mas pelo facto do Belenenses não conseguir reagir, para desespero de Julio Velázquez que, no banco, lavava as mãos à cabeça. Altura certa para Jorge Jesus gerir, abdicando de Bryan Ruiz e Adrien para lançar Aquilani e Carlos Mané. Num lance de bola parada, o Belenenses reduziu, com Bakic a surpreender toda a gente com uma cabeçada bem medida junto ao primeiro poste. Um golo que votou a despertar o leão que, logo a seguir, chegou aos cinco. Trabalho de Mané, finalização de Téo, com Brandão a ficar, mais uma vez, mal na fotografia. O colombiano, depois de já ter bisado frente ao Arouca, voltava a festejar em duplicado. O jogo estava quente e, entre mais duas ou três oportunidades flagrantes dos leões, Tiago Silva voltou a marcar pelo Belenenses. Mais um grande golo, diga-se. Remate fora da área, sem hipóteses para Patrício e a rivalizar com o golo de Adrien entre os mais bonitos da noite.

O Sporting volta exibir saúde e, desta forma, mantém intensa a pressão sobre o Benfica que começa esta terça-feira o duelo com o Bayern na Liga dos Campeões. Ficam a faltar apenas seis «finais», mas a verdade é que o leão continua bem colocado para tirar proveito de uma eventual escorregadela do líder.