A FIGURA: Iuri Medeiros

Mostrou cedo ao que vinha. Dinâmico, rezingão, até, em alguns momentos, mas sempre com a baliza na cabeça e o objetivo supremo de levar até lá a bola no pensamento. Disparou cedo, testando Cláudio Ramos. Centrou muito, esperando melhor resposta. Marcou, por fim, num golo belo pela jogada e fácil pela finalização para uma baliza simples. Merecia marcar pois foi dos que mais tentou fazer do jogo algo melhor do que a pintura global.

O MOMENTO: sete toques até ao golo

Minuto 66. Iuri começa e termina. Pelo meio, muita qualidade. O extremo toca para Makhmudov no pontapé de saída da jogada do golo. Este recebe com o esquerdo e, com o direito, faz um passe vertical para Schembri que, já dentro da área mas descaído para a esquerda, toca de calcanhar para a entrada do lateral Mesquita. Primeiro toque para controlar, segundo para assistir Iuri, ao seu lado, que empurra de primeira. Sete toques ao todo e um golo que merece ser visto.

NEGATIVO: Primeira parte do Tondela

Nem foi só não ter feito um único remate à baliza. A equipa de Pepa não construiu qualquer jogada com princípio, meio e fim nos primeiros 45 minutos. Muito, muito pobre. Melhorou na segunda parte, sem deslumbrar, contudo.

OUTROS DESTAQUES

Mesquita

Surpresa no onze, no lugar que vem sendo de Edu Machado, saiu-se bem. Mais ofensivo do que Talocha, no flanco oposto, beneficiou da predileção do Boavista pela direita para dar nas vistas. Três cruzamentos venenosos na primeira parte ficaram a pedir outra emenda. A cereja, porém, veio no lance do golo em que assiste Iuri com toda a calma, quando até podia ter rematado. Tarde muito positiva.

Bukia

Começou mal, com várias perdas de bola e abordagens mal calculadas mas foi subindo de rendimento e, no final da primeira metade, já era dos homens do Bessa com rendimento mais acutilante. Precisava de mais bola, pois nem sempre andou pelo seu lado.

Idris

Um sossego para Miguel Leal tê-lo de volta, após castigo. Libertou Anderson Carvalho para ações mais ofensivas e foi dominando, com físico e técnica, as ações no miolo. Cabeceou à figura de Cláudio Ramos, na segunda parte, num lance em que podia ter aberto o marcador.

Cláudio Ramos

Mais uma tarde positiva para um guarda-redes que, aconteça o que acontecer ao Tondela, não pode jogar na II Liga. A sua qualidade é mais do que suficiente para estar entre os grandes. Se o Boavista não marcou mais cedo, a culpa também foi dele. Se o Boavista não fez o segundo, idem aspas.