O médio André André foi a figura do jogo ao estar no primeiro golo e ao fazer o segundo, o primeiro da sua conta esta época, na vitória do FC Porto em Trás-os-Montes. Os dragões continuam a três pontos da liderança.

A primeira parte apagada da formação portista até deixou no ar dificuldades para conseguirem os três pontos, mas aos 52 minutos tudo mudou, com o primeiro golo do desafio, alcançado por Soares. André André deu tranquilidade e fechou o marcador aos 71, num segundo tempo apagado dos flavienses que não deram a mesma luta ao adversário. 

FICHA DE JOGO DO DESP. CHAVES-FC PORTO

Com duas mexidas forçadas no onze transmontano face ao empate no Moreirense, pois Ricardo e Rodrigo, emprestados pelos portistas, ficaram de fora, Ricardo Soares lançou António Filipe e Pedro Queirós, apostando ainda no regresso de Braga ao onze para o lugar de Davidson.

Já no FC Porto, Nuno Espírito Santo apresentou três alterações após o empate caseiro com o Feirense, chamando Ruben Neves, Corona e Octávio para o onze, para os lugares de Oliver Torres, André Silva e Danilo Pereira.
 

Sem surpresas, os visitantes, na perseguição ao Benfica que tinha vencido o Estoril em casa minutos antes do arranque do jogo em Trás-os-Montes, assumiram a posse de bola e domínio do jogo.

Nuno Espírito Santo construiu uma armada nas costas de Soares, o homem mais avançado, com Diogo Jota, Corona, Octávio e André André a procurarem espaços, roturas e desequilíbrios em zonas altas.

Oferecendo a bola aos dragões e recuando as suas linhas, a equipa de Ricardo Soares procurava tirar partido da sua capacidade de, com poucos toques, se colocar em zonas mais avançadas do terreno.

Primeiro tempo aos solavancos onde ninguém engrenou

Acabaram por ser 45 minutos algo incaracterísticos, com o principal destaque a ser as muitas perdas de bola, quer dos flavienses quer dos portistas, que levaram a alguns momentos de perigo, mas sempre sem consequência.

O primeiro momento de registo aconteceu aos sete minutos, quando Bressan, de canto, deu o golo a Ponck, que na pequena área não conseguiu disparar a contar. Respondia de imediato o FC Porto, com Rúben Neves a tentar o golo de meia distância, mas António Filipe começava por resolver um curioso confronto entre os dois.

Nos primeiros minutos os ataques dos ‘azuis e brancos’ dependiam quase exclusivamente de Diogo Jota, que sem medo de ter a bola ia procurando criar perigo e desequilíbrios, contando por vezes com as subidas de Alex Telles.

 

O jogo ia seguindo aos solavancos. Ora o FC Porto se aproximava, ora os flavienses respondiam com perigo. Pelo meio, assistências, desentendimentos e o ir ao bolso por Carlos Xistra para começar a admoestar as faltas fora da lei.

Aos 22 minutos dupla situação para os flavienses, com Pedro Queirós a lançar e a bola a ir ter com Fábio Martins, mas este, de cabeça, apenas obrigou Casilhas a segurar o esférico em cima da linha. Mas logo a seguir Marcano ‘entregou o ouro ao bandido’, não vendo o regresso ao campo de Perdigão, que tinha sido assistido. O brasileiro roubou a bola a Alex Telles mas também não fez melhor que disparar ao lado.  

Apesar de não ter a melhor inspiração, o emblema portista dominou por completo o último quarto de hora, com a equipa da casa mais recolhida no seu meio campo.

Aos 33 minutos Soares disparou forte de longe e António Filipe teve de mostrar atenção. Até ao intervalo o guardião mostrou serviço num duelo com Rúben Neves, que em dois livre diretos mas distantes da baliza atirou sempre a contar mas viu António Filipe evitar o golo.

Soares o ‘desbloqueador’

A dificuldade em criar perigo por parte dos visitantes anteviam dificuldades para a etapa complementar, mas nada melhor que um golo para mudar tudo de figura.

Os ‘azuis e brancos’ mantiveram-se mais fortes no encontro, e a aposta nos remates de meia distância viria a dar frutos bem cedo, aos 52 minutos. André rematou forte e António Filipe voltou a defender, mas a bola ficou à mercê de Soares que só teve de encostar para o primeiro da partida.

Ficava tudo mais fácil no reino dos dragões, naquele que era o único resultado que interessava. Do outro lado, demorou a acordar a equipa flaviense para o rematar do encontro. De tal forma que Ricardo Soares não demorou muito a mexer e a reformular a sua equipa, ao colocar mais um avançado, William, e a fazer entrar ainda Davidson para os lugares de Braga e Perdigão.

Mais balanceados para o ataque, os transmontanos expuseram-se mais ao risco. Quem ganhou foi o espetáculo, que passou a ter um jogo mais rápido e com mais bola junto das balizas, mas o segundo golo portista praticamente arrumou com as aspirações flavienses.

A jogada foi rápida mas bonita. Octávio viu a desmarcação oportuna de André André, que isolado e perante apenas António Filipe atirou com classe para o fundo das redes.
 

Se o jogo já estava fácil, melhor ficou para o FC Porto, que ainda ameaçou o terceiro, mas não o chegou a fazer e nem a expulsão de Maxi (justa) por entrada dura sobre Davidson fez o jogo mudar de figura.