A matemática ainda diz que é possível ao Nacional permanecer na Liga. Mas depois da derrota, por 2-0, deste sábado frente ao Rio Ave, serão muito poucos a querer fazer contas. A equipa madeirense vai terminar a 31.ª jornada no último lugar, quando faltam três jornadas por disputar.
 
O Nacional de João de Deus procurava somar três pontos para continuar a alimentar o sonho de evitar a despromoção. Já o Rio Ave de Luís Castro, queria uma vitória para manter intactas as esperanças, levemente assumidas pelos vila-condenses, de chegar a um lugar europeu. 
 
Se pelo lado do Rio Ave entrou o mesmo onze idealizado na ronda anterior (vitória em casa, por 3-0, ante o Arouca), no que toca ao Nacional João de Deus operar uma autêntica revolução em relação à derrota sofrida em Tondela (2-0). Entre as muitas alterações, destaque para as saídas de Tiago Rodrigues e Willyan, no miolo, para as entradas de Washington e Vítor Gonçalves. Na frente, Aristeguieta e Zizo ficaram no banco cedendo os lugares a Hamzaoui e Zequinha.
 
 
A primeira parte acabou com Adriano Facchini a segurar o nulo com que a partida foi para intervalo. Justo, se se tiver em conta que ao longo de uns primeiros 45 minutos bem disputados, foram poucas as oportunidades criadas de parte a parte para mexer com o marcador.
 
Logo aos cinco minutos, Vítor Gonçalves gozou de uma oportunidade para inaugurar o marcador, na sequência de um cruzamento de Sequeira, mas o colega, talvez algo deslumbrado, atirou fraco para Cássio segurar sem dificuldades. Cerca de três minutos depois, Tobias Figueiredo subiu à área e cabeceou à trave, na sequência de um canto conquistado na esquerda.
 
Perante um Nacional mais solto que o habitual, o Rio Ave criou o primeiro lance de perigo aos 17', mas o remate grande de Petrovic, surgiu após insistência à entrada da área, foi parado com uma intervenção apertada mas atenta de Adriano Facchini.
 
A partir da meia hora, o Rio Ave começou a subir as linhas de forma a pressionar com mais intensidade a primeira fase de construção dos insulares, que passaram a apostar em transições rápidas para chegar à área de Cássio. Destacou-se nesta fase Vítor Garcia, só que os desequilíbrios bem urdidos pelo venezuelano não tiveram o necessário acompanhamento dos colegas, nomeadamente Hamzaoui e Vítor Gonçalves. 
 
Aos 36', o Nacional dispôs de livre muito perto da grande área e em zona frontal, mas Zequinha atirou por cima, com o guardião vila-condense a estirar-se apenas para controlar a saída do esférico.
Em cima dos 45’, Heldon surgiu em boa posição na área insular, mas o guardião da casa foi gigante na opção ao remate e depois em fechar o ângulo na recarga do cabo-verdiano.
 

O Nacional chegou ao intervalo a perder influência em todos os capítulos do jogo, que iam sendo assumidos pelo Rio Ave. Esta toada manteve-se no reatamento, que começou sem alterações nos onzes. O cenário não agradava a João de Deus, mas quando se preparava para mexer na equipa, o capitão Taratini aproveitou um alívio de Tobias Figueiredo para, já na área, e rematar certeiro para o primeiro.

 
Foi um rude golpe nas aspirações madeirenses. O treinador do Nacional foi em frente com substituição pretendida (tirou Vítor Gonçalves colocando Zizo), e mais tarde fez entrar Ricardo Gomes para o lugar de Salvador Agra.
 
Logo a seguir, aos 58', Hamzaoui esteve perto do empate, mas cabeceou ao lado.
 
Adivinhava-se um fase de «tudo ou nada» por parte do Nacional, enquanto que o Rio Ave, recusado, ficaria à espera da recuperação da posse de bola para desferir o «golpe de graça».  Este veio aos 74’, por intermédio de Krovinovic, que à entrada da área e com tempo e espaço, após um trabalho de Rúben Ribeiro dentro da área, rematou forte e certeiro.
 
O segundo golo do Rio Ave «matou» o jogo, mas a partida ainda ofereceu muita emoção até apito final, já que o Nacional tentou – embora com muito mais coração do que cabeça - reentrar na discussão do resultado. Só que o Rio Ave exibiu-se sempre com uma «cabeça fria» bem colocada no lugar que havia sido pedido por Luís Castro. Cássio evitou o 2-1, mas os avançados do Rio Ave também desperdiçaram o 3-0 em várias ocasiões.