Marega, quem mais...

O FC Porto deu este domingo um passo de gigante para voltar a ser campeão nacional. Mas para a festa, que começou a ser celebrada com o golo anotado pelo maliano aos 89’, foi preciso sofrer muito.

Apesar de travar uma luta desigual, o Marítimo nunca desistiu de sonhar que podia vencer a partida, mesmo quando jogou mais de 45 minutos com menos um elemento.

Esperava-se uma entrada forte dos dragões, e aconteceu. A equipa da Invicta entrou a tentar sufocar os insulares, mantendo-os no seu reduto defensivo. E o perigo não tardou a aparecer no jogo. Logo aos dois minutos, Soares, servido por Marega, surgiu na cara de Amir, valendo a atenção do guardião iraniano para manter o nulo. Seis minutos depois, Brahimi gozou de algum espaço à entrada da grande área, mas o remate saiu fácil para Amir.

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Com os dragões a pressionar intensamente já no ‘miolo’ defensivo do Marítimo, o golo dos dragões parecia ser uma questão de tempo. Mas o Marítimo sacudiu bem a pressão e respondeu. Aos 12’, o marcador só não foi inaugurado devido a uma grande intervenção de Casillas a cabeceamento de Jean Cléber a cruzamento de Bebeto.

A superioridade física dos nortenhos era notória, ganhando muitas segundas bolas, mas a resposta insular esteve sempre à altura, mantendo o bloco recuado com muita coesão e sem permitir grandes espaços. 

Marega era único a conseguir furar, colocando quase sempre em sentido as hostes insulares e Amir. Do lado da equipa da casa destacava-se Jorge Correa, que se desenvencilhava da marcação visitante com excelentes pormenores técnicos.

Mas à entrada para a meia hora, a partida estava equilibrada, com sinal mais para a equipa de Sérgio Conceição mas já sem causar o perigo que evidenciou no primeiro quarto de hora do jogo.

Aos 40' aconteceu o momento do jogo. Amir aborda mal o desarme a Soares e comete falta quase em cima da linha da grande área. Carlos Xistra expulsou o guardião insular, depois de validar o lance pelo VAR.

Antes do apito para o intervalo, o FC Porto voltou a criar novo lance perigo. Mas as emoções ficaram para a etapa complementar, que contou com nova entrada forte dos dragões, agora facilitada pela superioridade numérica em campo.

O primeiro quatro de hora foi frenético, de autêntico sufoco para a defesa madeirense. Pablo e Charles empenharam-se em dois lances de grande perigo e seguraram o nulo.

A ausência de golos manteve-se depois graças ao desacerto de Brahimi, Marega e Soares, atirando por cima em ocasiões nas quais foi notória a falta de espaço concedida pelo bloco coeso da equipa de Daniel Ramos.

Em busca dos três pontos, Sérgio Conceição tirou Otávio, primeiro, e depois Sérgio Oliveira, fazendo entrar Corona e Óliver. Mas o Marítimo manteve-se quase sempre imperturbável, dando conta do recado de um ataque portista que acusava muita ansiedade, falhando muito na hora de decidir, apesar de nunca dar mostras de desistir.

A entrega total do Marítimo foi ‘traída’ aos 89’, quando Marega, que começou a despontar no futebol luso precisamente no Funchal, marcou de cabeça à antiga equipa. A festa irrompeu entre os adeptos portistas presentes no estádio e, certamente, por toda a nação que segue o emblema da Invicta.