O Moreirense garantiu sete pontos nas últimas três jornadas da Liga e está em plena retoma. A segunda vitória consecutiva teve como pano de fundo o Estádio do Rio Ave, graças a um golo oportuno de Iuri Medeiros após o intervalo (0-1) e a uma dose de necessária felicidade.

Como refere o hino do clube visitante, o verde da esperança pertence ao Moreirense, embora tenha jogado desta vez em tons negros. Com o equipamento habitual, o Rio Ave sucumbiu ao segundo desaire consecutivo na Liga, embora tenha dominado territorialmente.

Com o mesmo onze da ronda anterior, em que venceu o Paços de Ferreira, a equipa visitante procurou tapar os caminhos para a baliza de Stefanovic, apresentando um quarteto defensivo voluntarioso e uma dupla de médios defensivos – João Palhinha e Rodrigo Battaglia – com envergadura física para ganhar duelos naquele setor.

O favoritismo pertencia ao Rio Ave, determinado a esquecer a derrota na 10ª jornada, capitalizado o sucesso na Taça de Portugal frente ao mesmo Paços de Ferreira. Com um Sp. Braga-Benfica agendado para segunda-feira, a equipa de Vila do Conde procurava tirar partido desse confronto para subir na classificação.

Pedro Martins recuperou Pedro Moreira – não jogava há mais de dois meses por lesão – e viu o Rio Ave assumir com naturalidade a iniciativa. Apostando preferencialmente nos flancos, onde Lionn dava um precioso auxílio a Héldon e Marvin Zeegelaar procurava manter os índices que convenceram o Sporting, o onze que equipou de verde e branco foi rondando a área adversária sem criar oportunidades flagrantes de golo.

Seria o Moreirense, aliás, a ficar perto do primeiro na sequência de um livre frontal. Iuri Medeiros comprovou a sua qualidade com um remate bem colocado mas Cássio voou e manteve o nulo.

Já perto do intervalo, o corpo de Marcelo Oliveira travou um remate de Renan Bressan com selo de golo. Mais de sessenta por cento de posse de bola, maior número de ensaios, domínio territorial. Insuficiente, ainda assim, para colocar o Rio Ave em posição de vantagem.

Quem esperava um guião semelhante na etapa complementar ficou surpreendido com o volte-face ao minuto 48. Insistência de Rodrigo Battaglia, bola para Evaldo na esquerda, o cruzamento rasteiro, Rafael Martins a desviar para o poste e Iuri Medeiros a surgir sem oposição para a recarga.

Os filmes transmitidos com intervalo pelo meio costumam reservar um momento intenso para a segunda metade. Foi o caso.
Contra a corrente do jogo, o Moreirense inaugurou a contagem e submeteu-se instantaneamente à pressão da equipa local. Pouco depois, Stefanovic teve de brilhar para evitar o empate num cruzamento de Lionn que levou a bola na direção da baliza.

O Rio Ave queixou-se de uma grande penalidade que terá ficado por assinalar quando o recém-entrado Krovinovic surgiu na área contrária e parece ter sido carregado nas costas pro Marcelo Oliveira. O árbitro Sérgio Piscarreta mandou seguir mas haveria motivo para a marcação do castigo máximo.

Com meia-hora pela frente, Pedro Martins foi arriscando cada vez mais – sobretudo quando tirou Edimar, juntou Heldon a Guedes e deixou Marvin a cobrir o flanco esquerdo – mas a pressa foi inimiga da razão e Stefanovic ia brilhando para afastar os principais focos de perigo.

Miguel Leal tirou os seus flanqueadores ofensivos, apostando em unidades frescas para maior apoio ao setor recuado, e o Moreirense agarrou-se com unhas e dentes aos três pontos. Como diz o treinador, estes valem ouro.