A FIGURA: MONTERO, o cafetero salvador
Foi lançado aos 67 minutos para o lugar de Carlos Mané quando se registava um empate a dois golos. Sempre irrequieto na frente de ataque, foi dele o golo que deu os três pontos ao Sporting, ao aproveitar da melhor forma um deslize de Hugo Seco para fazer o 3-2. Pouco antes isolou de forma primorosa Bryan Ruiz, que falhou no frente a frente com o guarda-redes da «briosa». Já nos instantes finais, esteve perto do bis, mas atrapalhou-se com Gelson. Muito para alguém que esteve tão pouco tempo em campo.
 
O MOMENTO: golo de Montero (minuto 85)
Carne toda no assador, com os leões à procura de evitar novo deslize em casa após o empate surpreendente com o Tondela. Numa altura em que o Sporting apertava (e de que maneira) o cerco à área da Académica, Montero decidiu o jogo a favor da equipa leonina. Mais uma semana na liderança do campeonato.
 
NEGATIVO: erro no segundo golo da Académica (59 minutos)
Ruiz Patrício saiu com os punhos para a entrada da área onde estava Ricardo Nascimento, que cabeceou na direção da baliza. Ewerton tentou cortar mas acabou por confirmar o golo da Académica. O árbitro assistente levantou a bandeirola, considerando que João Real, que disputou o lance com o central do Sporting, estava em posição irregular. Os jogadores da Académica correram para a linha lateral, alegando que o golo tinha sido marcado por Ewerton. Gerou-se um sururu agudizado quando Cosme Machado apontou para o meio-campo. Golo mal validado até porque, apesar de o golo não ter sido de João Real, o jogador dos estudantes não se alheou do lance.
 
 
OUTROS DESTAQUES
 
João Mário: começou o jogo no corredor direito mas foi na esquerda que causou os maiores desequilíbrios. Foi o elemento do Sporting que melhor reagiu ao golo madrugador dos «estudantes». Pôs a cabeça em água a Aderlan, com acelerações que deixaram o lateral da Académica várias vezes para trás. Uma grande percentagem do segundo golo dos leões tem de ser atribuída a ele. Pressionou Nuno Piloto e forçou o médio da equipa visitante a cometer um erro que permitiria, de seguida, a Mané servir Bryan Ruiz, que só precisou de encostar. No segundo tempo acabou por regressar às origens, descaindo para a esquerda
 
Adrien: o capitão leonino atravessa um momento de forma fenomenal. É ele quem gere os batimentos cardíacos deste Sporting. Quem decide (quase sempre) quando se acelera, quando se abranda, quando se joga pela direita, pelo centro ou pela esquerda. Para além disso (o que não é pouco) marca golos: e já vão seis nesta edição da Liga, o deste sábado com muita nota artística. Arrancou pela esquerda entre adversários e «partiu os rins» a Fernando Alexandre antes de rematar para o fundo das redes com um remate colocadíssimo que entrou junto ao poste esquerdo da baliza dos «estudantes». Na segunda parte acabou por recuar no terreno devido à saída de William Carvalho ao intervalo.
 
João Pereira: incansável, e com bom envolvimento nas ações ofensivas, foi um dos melhores elementos do Sporting nesta noite. Apareceu várias vezes junto à linha de fundo com perigo, servindo bem os colegas. Igualmente seguro no plano defensivo, ainda que nesse aspeto não tenha tido muito trabalho.
 
Rúben Semedo: depois de ter estado meia-época cedido ao V. Setúbal, o central foi titular frente à Académica. Apesar de alguns erros, revelou-se um substituto à altura do castigado Paulo Oliveira, num jogo em que teve de formal dupla no eixo defensivo com Naldo e com Ewerton. Tem uma capacidade física notável.
 
Pedro Trigueira: se a Académica tivesse levado um ponto para Coimbra bem podia agradecê-lo ao seu guarda-redes. Sem culpas nos golos sofridos, fez um punhado de boas defesas, que permitiram à «briosa» sonhar até bem perto do apito final. Aos 80’ evitou com uma intervenção extraordinária o golo no mano-a-mano com Ruiz.