Qual a importância de um só jogador numa equipa de 11? Pode ser muita, quando ele é acima dos demais e quando eleva estes a patamares mais altos do que os próprios imaginavam. No topo desses jogadores, a nível planetário, está Lionel Messi; na Liga estará Jonas, no Estoril está Lucas Evangelista.

A equipa da Linha passou a lanterna. Muito por culpa do talento de um jogador que está muito para lá do fundo da tabela, e que esteve, definitivamente, para lá dos 28 que jogaram nesta noite na Amoreira. Lucas Evangelista também esteve muito bem apoiado pelas novidades que Ivo Vieira lançou no onze e as quais elevaram o Estoril para um patamar que o Tondela não conseguiu suster, como sempre aconteceu na história dos dois clubes na Liga.

Três regressos e uma estreia vs constante

Ainda se tentava perceber como se desenhava o Estoril em campo, já Ricardo Costa tinha uma oportunidade para colocar o Tondela na frente. Talvez esse momento aos três minutos tivesse toda a lógica de acontecer.

Pepa vinha com o mesmo que tinha jogado no Dragão, enquanto Ivo Vieira colocava em campo Dankler, Ailton, Gonçalo Santos e Ewandro. Quatro estreias na temporada, o último de forma absoluta pelo clube. Junte-se o guarda-redes Renan e cinco reforços de seis dos canarinhos impulsionaram a equipa para uma boa exibição.

A mais notória de todas as presenças foi a de Gonçalo Santos no meio-campo. Com ele, Pêpê subiu no terreno e foi na teoria que nasceu o 1-0. Eduardo deu para Lucas Evangelista, que percebeu o espaço onde ia surgir Pêpê e o passe do brasileiro e o remate do português fizeram o resto. Bola junto ao poste e a bater na frente de Cláudio Ramos. Difícil para o guardião, diga-se, mas uma alegria entre canarinhos.

Esse 1-0 aos cinco minutos trouxe vantagem ao Estoril e permitiu aos canarinhos continuarem num jogo de maior posse em relação ao adversário. Se a equipa da Linha queria jogar mais curto e em apoio, o Tondela teve de procurar muitas vezes o futebol direto, em busca do espaço entre defesa e guarda-redes da casa.

Ainda assim, a presença de Gonçalo a tapar espaços e o talento de Lucas Evangelista a prolongar a posse fizeram com que o Tondela tivesse de aumentar os níveis de agressividade sobre a bola, teve de buscá-la de modo mais intenso. Ou seja, o Tondela se não ia lá pelo «jeito», queria ir lá pela vontade e, com isso, foi, a pouco e pouco, equilibrando as forças no miolo.

Os beirões não têm, porém, nenhum jogador com o talento de Lucas Evangelista. Não há problema nenhum nisso, provavelmente, poucas são as equipas na Liga que o têm. E quando o brasileiro recebeu a bola, aos 45 minutos, junto à área contrária, percebeu-se que dali vinha qualquer coisa: veio pois, em forma de pontapé fantástico transformado em golo.

Pepa tirou Sulley ao intervalo e devolveu Claude Gonçalves à equipa, mas com diferença significativa seria preciso o Tondela fazer uma segunda parte em contraponto com a primeira. Não sucedeu, também porque com Lucas Evangelista já um pouco em perda, Ivo Vieira foi respondendo com as armas que tinha.

Hélder Tavares ainda teve ocasião para reduzir, numa bola parada, mas já com um ataque renovado, os da Linha chegaram ao 3-0 final: Bruno Gomes beneficiou de um ressalto, entrou na área e serviu Allano. O VAR inverteu uma decisão inicial de fora de jogo e o Estoril abraçou-se por inteiro no banco, a festejar três pontos e a saída do último lugar.

Pela sexta vez em seis, o Tondela perdeu com o Estoril e enquanto os canarinhos têm meio jogo em atraso e o Sporting pela frente, os beirões seguem a meio da classificação e com um calendário que lhes coloca pela frente Moreirense e P. Ferreira.

Confira o resumo do jogo: