Duas vitórias - ambas no Bessa - ­e um empate ao fim de três jogos de Jorge Simão no comando técnico do Boavista. Pouco melhor podia ser o início do técnico no Bessa, num ciclo sublinhado com o triunfo deste sábado, por 1-0, na receção ao Feirense. Um golo de Renato Santos carimbou os três pontos, perante um Feirense pobre e, definitivamente, a acentuar a pior fase da época. Sofreu, no Porto, a quarta derrota consecutiva na liga.

Sinal mais do Boavista no início. Aliás, em toda a primeira parte. É, de facto, uma equipa diferente desde a chegada de Jorge Simão. Claro que a vitória ao Benfica e o empate em Setúbal ajudam. Viu-se alegria, boa posse de bola a remeter ao seu meio campo um Feirense sem fio de jogo. Sem ideias, sobretudo.

Foi assim no primeiro quarto de hora, até uma paragem de quase quatro minutos para assistir dois jogadores do Boavista. Primeiro, Bulos. Depois, Vagner. Houve queixas, mas maior vontade de continuar em campo do avançado e do guardião do Boavista.

A interrupção esfriou ânimos, mas a retoma e domínio do Boavista foram uma questão de tempo. A equipa do Bessa explorou sobremaneira a progressão de Talocha e Mesquita pelos corredores, a desequilibrar os índices defensivos da equipa de Nuno Manta, que fez pouco mais do que colocar bolas inconsequentes nas costas de Raphael Rossi e Sparagna.

Até à meia hora, dois, três «bruáá» junto da baliza de Caio Secco. Quer nas aparições de Bulos – por pouco não desviou para golo dois cruzamentos – quer num remate de Mateus, socado por Caio Secco.

Há pouco falava-se de tempo. Esse que anda e dita espera e ânsia por um momento melhor. E ele chegaria, justamente, para os axadrezados. Minuto 38, tudo ao primeiro toque. Talocha apareceu na esquerda, cruzou tenso e a meia altura para área, onde apareceu Renato Santos. Desvio e jogada de primeira para o 1-0. Um lance decisivo.

O jogo endureceu até ao intervalo e não surpreenderam os três cartões amarelos mostrados por Manuel Mota até ao quinto minuto de compensação, minuto em que Babanco criou a melhor ocasião dos visitantes. Calibrou bem o pé esquerdo e obrigou Vagner a um voo sublime para evitar o empate de livre direto.

No recomeço, mudança de campo, a mesma toada. Já com Rui Pedro no lugar de Bulos, um Boavista com de processos simples. Sem complicar. Posse de bola superior, meio campo contrário quase sempre mais povoado. Não surpreendeu, inclusive, que a posse de bola da pantera tenha chegado aos 71% pela hora de jogo.

A partir daí, o Feirense não estendeu tanto a manta como no primeiro tempo. As entradas de Luís Machado e Farias mexeram com a equipa. Porém, era o Boavista dono e senhor das melhores ocasiões, desperdiçadas como água que corre contínua numa cascata. David Simão e Renato Santos, já dentro dos últimos vinte minutos, estiveram perto de sentenciar.

FICHA E FILME DO JOGO

Tal não aconteceu e obrigou o Boavista a sofrer perante a aproximação do Feirense nos instantes finais. Luís Rocha esteve perto do empate (88m), mas Vagner esticou-se, deu uma sapatada na bola e segurou mais três preciosos pontos para o Boavista. Os homens da Feira tentaram de livres. De cantos. Por cruzamentos. Não deu por nenhum lado.

No final, palmas do relvado à bancada e um grito especial para Edu Machado, lateral que desfalca os axadrezados nos próximos meses. Respira-se união no Bessa.