A FIGURA: Danilo
Agitador e revoltado, rematador e entusiasta. Na fase em que o FC Porto se espreguiçava ao sol e se mostrava incapaz de entrar na defesa cónega, o lateral foi o mais inconformado. Subiu pelo flanco, procurou a tabela com Quaresma e Jackson, aproximou-se das zonas de remate e arriscou o tiro. Sem grandes preocupações defensivas, o internacional brasileiro tentou desequilibrar ofensivamente. Era isso que se exigia dele. Está melhor do que na época passada, mais equilibrado e consciente.

O MOMENTO: minuto 70, golo de Óliver
Fuga de Brahimi pela direita, cruzamento rasteiro e finalização de Óliver à boca da baliza. Faltavam 20 minutos para jogar e o Dragão começava a entrar em desespero. O menino espanhol, suportado na fantasia do colega argelino, sossegou todos.

NEGATIVO: primeira parte do meio-campo do dragão
Apático, sem capacidade de pressão e a falhar vezes a mais no passe. Foram 45 minutos francamente maus do FC Porto, muito por culpa da falta de dinamismo de Casemiro, Óliver e Brahimi. O brasileiro arriscou passes longos em catadupa e desta vez sem grande critério.

OUTROS DESTAQUES

Quaresma
Os aplausos tributados ao seu nome, na altura em que o sistema de som o anunciou, confirmaram a inexistência de qualquer animosidade entre a plateia e o legionário regressado. Quaresma fez por merecer a simpatia e a confiança. Tentou ser altruísta, recuperou bolas e assistiu Danilo para o primeiro momento de perigo. Boas receções, boas saídas no um para um, mas sem a centelha de genialidade que por norma o persegue. Até ao ser substituído pareceu reagir bem. Atitude boa em todos os instantes, pois.

Jackson Martinez
Dois golos nos últimos dez minutos, um de cabeça e outro num remate cheio de colocação. Nota elevadíssima, pois, para um ponta-de-lança que pagou demasiado pela má primeira parte da equipa.

Marafona
Corajoso a sair da baliza e a acertar sempre nos tempos de contato com a bola. Sem ter feito defesas do outro mundo, tudo o que fez, fez bem. A equipa do Moreirense cedo percebeu que não seria pelo seu guarda-redes que começaria a desabar. Defendeu o penálti de Quintero.

José Ángel
Mais interrogações do que certezas na exibição deste lateral em estreia. Quem o conhece de outras paragens, sabe que pode jogar mais, muito mais. No primeiro tempo, errou em demasia, até em ações básicas. Jogou simples, não arriscou grandes subidas, e aparentou estar desligado da equipa em alguns momentos. Melhorou na segunda, muito, e até teve belos pormenores em duelos individuais. Tem qualidade, sim, mas precisa de muitos minutos e confiança.

Adrián López
O que escrevemos sobre José Ángel aplica-se, em igual medida, a Adrián. Não é, longe disso, o avançado que tantos jogos resolveu com a camisola do Atlético Madrid. Lopetegui está a chamá-lo devagarinho à equipa, sem pressas, e neste jogo Adrián já teve momentos bons. Particularmente a sair em drible a procurar o apoio em Jackson (uma assistência para golo do colombiano). Tem de fazer mais, porém. Todos o sabemos, e ele em especial.

André Simões e Filipe Melo
Praticamente perfeitos na anulação de Brahimi e Óliver. Muito trabalho sem bola, de esforço admirável. Dois médios portugueses a pedirem atenção e elogios. Aqui estão eles.