A FIGURA: Rui Patrício
Rui Patrício: sim, o Sporting teve mais bola, mais ataques, mais quase tudo. Só não teve, durante muito tempo, antídoto para travar o ataque venenoso do Estoril, que beneficiou das primeiras grandes situações de golo. Aos 8’ evitou o golo a Chaparro com uma grande intervenção e dez minutos depois negou nova oportunidade, desta vez a Bruno César. Um autêntico bombeiro num dia em que talvez não estivesse à espera de apagar tantos fogos. Segunda parte mais tranquila, mas o que seria do Sporting se não tivesse lá atrás… São Patrício?
 
O MOMENTO: penálti de Teo Gutiérrez, 54 minutos
O avançado colombiano passou praticamente ao lado do jogo. Aquele falhanço monumental com a baliza aberta seria a síntese perfeita da noite de Teo Gutiérrez: um desastre. Jorge Jesus já tinha decidido lançar Montero (muito provavelmente para o lugar do compatriota) quando Teo foi carregado na área na formação da linha. Penálti indiscutível que o avançado converteu com frieza. Numa exibição assim-assim do leão, acabou por ser o elo mais fraco a dar-lhe os três pontos. Mas será acidental estar muitas vezes no sítio certo?
 
OUTROS DESTAQUES
 
Slimani: o ponta-de-lança argelino foi sempre dos elementos mais inconformados do Sporting. Nunca se limitou a ficar parado lá na frente à espera que a bola chegasse. Recuou metros e procurou ajudar a construir, muitas vezes com prejuízo próprio. Ainda criou alguns lances de perigo, ganhando bolas no jogo aéreo, mas ficou em branco. É destaque essencialmente (!) pelo que correu.
 
Gelson: faz parte do ADN do Sporting formar extremos virtuosos. Gelson é apenas mais um dos meninos que brotam em Alcochete. Com o ataque dos leões a sentir muitas dificuldades para incomodar Kieszek (principalmente nos primeiros 45 minutos), foi um dos elementos mais ativos lá na frente. Aos 32’ esteve perto do golo com o remate cruzado de fora da área e pouco depois do golo de Teo Gutiérrez teve nos pés o 2-0: falhou na cara de Kieszek. Saiu a 20 minutos do fim para dar entrada a outro produto da academia (Matheus Pereira), mas Jesus não pode ter ficado insatisfeito com ele.
 
Gerso: é o grande agitador do futebol deste Estoril e este sábado não fugiu à regra. Foram da responsabilidade dele os primeiros calafrios provocados em Alvalade e que resultaram em duas flagrantes oportunidades de golo para a equipa da linha. Da primeira, Dieguinho falhou à boca da baliza; da segunda, Patrício evitou o golo a Chaparro. Deu muitas dores de cabeça a João Pereira, que teve muitas dificuldades em encaixar no jovem extremo do Estoril, que também fez mossa no lado direito, onde ensaiou alguns remates perigosos. Durou 45 minutos, mais ou menos o mesmo do que o ataque dos estorilistas.
 
Diego Carlos: ganhou a maior parte das batalhas com os atacantes leoninos. Pelo chão e pelo ar, teve vários cortes decisivos, que evitaram que Slimani e companhia pudessem alvejar a baliza de Kieszek. Demonstra uma maturidade acima da média para os 22 anos quem tem. E esta noite não teve oportunidade para apresentar o pé direito.

Bruno César: muito móvel no ataque do Estoril enquanto teve pernas, confundiou muitas vezes as marcações aos homens mais recuados do Sporting. Esteve perto do golo a meio da primeira parte e voltou puxar do gatilho na melhor ocasião da equipa de Fabiano Soares na etapa complementar. Já não tinha pernas e a equipa ficou mais curta sem ele.