O Arouca foi ao Caldeirão dos Barreiros arrancar uma preciosa vitória na luta pelo acesso à Liga Europa, a primeira na Madeira, descolando do Rio Ave que, ainda este domingo, recebe o líder Benfica, em Vila do Conde, além de recuperar a vantagem sobre o Paços Ferreira que, no sábado, tinha ganho ao Braga (1-0). Uma vitória assentada na eficácia e no pragmatismo da equipa de Lito Vidigal que marcou dois golos em cinco minutos, em lances de bola parada, e depois conseguiu suster a boa reação dos madeirenses que só conseguiram reduzir em tempo de compensação.

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Um jogo que até começou equilibrado, com um Marítimo na máxima força e moralizado depois do triunfo sobre o V. Guimarães e um Arouca com quatro alterações, mas bem equilibrado. Um equilíbrio que se desfez logo aos 8 minutos quando, na sequência de um pontapé de canto de Lucas Lima, Nuno Coelho desviou junto ao primeiro poste e Jubal finalizou com uma cabeçada.

Um golo que perturbou a equipa dos Barreiros e, cinco minutos depois, Ivo Rodrigues destaca-se na área e é derrubado por Patrick. Jorge Ferreira não teve dúvidas, apontou para a marca de grande penalidade e David Simão, com o pé esquerdo, fez o 2-0.  Agora sim, o Marítimo reagiu, aumentando a velocidade do jogo e explorando bem os flancos, com os laterais João Diogo e Patrick a subirem bem pelas alas. Edgar Costa esteve muito perto de reduzir, mas Nelo Vingada não esperou muito mais para ajustar o ataque, abdicando de Alex Soares para lançar Dyego Sousa. Cinco minutos depois, nova alteração, com Ghazaryan a render Éber Bessa.

Duas alterações na primeira meia-hora a dar conta que o contexto estava em diferente. Até ao intervalo, o Marítimo andou a rondar a área de Bracali que esteve muito em jogo com várias saídas com os punhos para afastar a bola da zona de remate. Pelo meio, o Arouca também podia ter matado o jogo, com destaque para uma cabeçada de Walter González ao lado, já com Salin fora da baliza.

Logo a abrir a segunda parte, Nelo Vingada esgotou as substituições, lançando ainda António Xavier para o ataque e abdicando do central Dirceu, arriscando tudo para anular a diferença do marcador, mas sem desequilibrar muito a equipa, recuando Fransérgio para o eixo da defesa. Uma segunda parte que começou como tinha acabado a primeira, com o Marítimo a ganhar os flancos e a cruzar muitas bolas para a área de Bracali que, até ao final do jogo, esteve sempre muito em jogo, com muitas saídas com os punhos a anular os cruzamentos dos insulares.

Fica por apurar até que ponto se foi o Marítimo que conquistava as alas ou se era o Arouca que, com um meio-campo forte, obrigava o adversário a cair para os flancos. O jogo seguiu, assim, a duas velocidades, com o Marítimo a carregar no acelerador e o Arouca no travão. Maurício, Dyego Sousa e Edgar Costa tiveram oportunidades para reduzir a diferença, mas a verdade é que o golo do Marítimo chegou tarde demais, em tempo de compensação. Um lance que começa com um primeiro remate de Djoussé, com a bola a sobrar para Dyego Sousa que, depois de tirar dois adversários da frente, atirou a contar.

Um resultado muito importante para o Arouca que continuam em vantagem sobre o Rio Ave e Paços na luta pela Europa que, a partir deste domingo, deixa de contar com o Marítimo. A equipa de Nelo Vingada já assegurou a permanência, mas também já não pode ir muito mais longe do que isso.