À quinta jornada os canarinhos levantaram finalmente voo com uma primeira vitória inequívoca sobre o Moreirense, com dois golos de Matheus Índio, o segundo dos quais de canto direto numa altura crucial em que os visitantes ameaçavam discutir o resultado. Mais um grande golo, depois do pontapé de bicicleta de Salvador Agra, a marcar esta quinta jornada. A equipa de Pepa só se pode queixar dela própria. O primeiro golo também surge de um erro tremendo de Jander.

Confira a FICHA DO JOGO

Ainda com o plantel limitado por lesões, Fabiano Soares, agora sem Kléber, surpreendeu ao apostar em Bruno Gomes como principal referência no ataque, deixando o reforço Paulo Henrique, pela primeira vez disponível, no banco de suplentes, mas o ascendente do Estoril, evidente ao fim dos primeiros minutos de jogo, justifica-se em termos coletivos, pela forma como os canarinhos conseguiram pressionar o adversário a toda a largura do terreno, fechando todas as linhas de passe e pressionando o detentor da bola, para rápidas recuperações e saídas rápidas rumo à baliza de Makaridze.

Diogo Amado e Afonso Taira jogaram como «pivots» de um ataque móvel com Alisson [bom jogo], Mattheus e Matheus Índio no apoio direto a Bruno Gomes. Movimentações que contavam ainda com a colaboração dos laterais, com destaque para Joel, sobre a direita, e um plano de compensações bem artilhado, que nunca deixou a equipa em desequilíbrio.

O Moreirense, por seu lado, apresentou-se em campo com um esquema idêntico, com Alan Schons e Cauê à frente da defesa e depois uma linha de três jogadores mais soltos no ataque no apoio a Roberto, com destaque, neste plano, para a estreia de Podence, cedido pelo Sporting, no lado direito. Apesar das semelhanças táticas, a verdade é que a equipa de Pepa sentiu tremendas dificuldades para circular a bola e ganhar profundidade devido, como já referimos, à intensa pressão dos de amarelo.

O golo chegou, numa altura em que o Estoril já tinha deixado clara as suas intenções. Bola longa para o ataque e erro tremendo de Jander que, com a bola à sua disposição, falhou uma cabeçada, permitindo que Matheus Índio fugisse nas suas costas, que nem uma seta, para bater Makaridze com um remate cruzado.

Um golo que empolgou ainda mais os canarinhos que continuaram a pressionar no meio-campo contrário, diante de um Moreirense  muito faltoso que não conseguia fugir ao maior domínio do adversário.

Xico Geraldes ainda ameaçou as redes de Moreira, depois de recuperar uma bola perdida, mas a melhor oportunidade até ao intervalo voltou a pertencer ao Estoril, com Matheus Índio a atirar por cima da trave depois de solicitado por Alisson. O extremo brasileiro esteve aliás em destaque sobre o corredor direito, combinado bem com Joel para abrir espaços nas costas de Sagna.

Mais um golo de antologia a matar o jogo

Fabiano Soares viu-se obrigado a trocar Joel por Mano no início da segunda parte que nos mostrou um Estoril mais conservador, à espera da reação do Moreirense que entrou bem mais determinado, com um futebol direto à procura do empate. Os canarinhos recuaram as suas linhas, mas sem nunca de deixar espreitar uma oportunidade para matar o jogo, com destaque para os lances de bola parada.

O Moreirense conseguiu criar as oportunidades que não conseguiu no primeiro tempo, com destaque para as perdidas de Podence, Fati e, sobretudo, de Roberto que desperdiçou apenas com Moreira pela frente. Mas a verdade é que o Estoril continuou equilibrado e também podia ter acabado com o jogo mais cedo. O golo da confirmação chegou a dez minutos do final, de forma inesperada, sobretudo para a defesa do Moreirense. Um canto direito de Matheus Índio da direita, como já dissemos, que fez a bola sobrevoar toda a gente para entrar, incólume, junto ao segundo poste. O jogo acaba aqui, com mais um grande golo.

Primeira vitória do Estoril, com o saudoso Marco Silva a assistir nas bancadas, e terceira derrota do Moreirense, no cruzamento entre dois emblemas com percursos contrários. Os canarinhos somaram quatro pontos nas últimas jornadas, os de Moreira, somaram os mesmos quatro nas duas primeiras rondas.