Muita transpiração e pouca inspiração. Assim pode resumir-se o jogo que abriu a oitava jornada da Liga, na deslocação do Moreirense ao Estádio da Madeira, casa emprestada do Marítimo. Vontade existiu, mas o fraco futebol marcou o encontro, que teve em Miguel Silva uma barreira intransponível na baliza dos insulares.

Os primeiros minutos mostraram um Moreirense que parecia interpretar melhor as circunstâncias, acantonado no meio campo de um Marítimo encolhido. Com efeito, a equipa de João Henriques beneficiava de mais posse e domínio territorial, condicionando fortemente a construção de jogo dos madeirenses.

Só com a passagem do primeiro quarto de hora o Marítimo foi conseguido subir no terreno, mas sem levar perigo à defesa do Moreirense. De parte a parte havia vontade, mas pouca inspiração para jogar com qualidade.

Ainda assim, era mais assertiva a equipa de Moreira de Cónegos, que rondou com maior perigo a baliza dos homens da casa aos 22 minutos, com um cruzamento perigoso de Abdu Conté. Com a bola a aproximar-se perigosamente das redes de Miguel Silva, o guardião dos madeirenses jogou pelo seguro e defendeu para pontapé de canto.

Marítimo-Moreirense: o filme do jogo

Pouco depois, novo aperto para a equipa de Julio Velázquez. Num canto batido por Paulinho para a cabeça de Steven Vitória, o capitão dos cónegos obrigou Miguel Silva a uma defesa apertada, desviando o esférico já em cima da linha de golo (24m).

O final de tarde parecia correr de feição ao guarda-redes português, que recuperava a titularidade na equipa insular, fruto do castigo de Paulo Victor. Aos 29 minutos, mais uma vez Miguel Silva destacou-se com uma boa defesa ao intercetar um cruzamento perigoso. E, aos 33', mais uma grande defesa daquele que era, claramente, o melhor jogador do Marítimo. Walterson surgiu solto na grande área e desviou ao primeiro poste. Com uma defesa vistosa, Miguel Silva cedeu novo pontapé de canto.

Passada a marca da meia hora, e com o aparecimento crescente do Marítimo, o jogo foi ganhando interesse, sobretudo à medida que a bola ia chegando mais perto das balizas. Ainda assim, era com pouca qualidade. Os remates de Zainadine e Xadas foram as únicas ocasiões para o lado dos insulares, mas nenhuma levou verdadeiro perigo às redes minhotas.

No reatamento, voltou mais determinada a equipa de João Henriques, causando calafrios aos insulares, que revelavam inoperância ofensiva. E apesar de mais atrevida, a equipa minhota também não se mostrava particularmente inspirada.

Num lance desatenção da equipa maritimista, Felipe Pires aproveitou para atirar com estrondo à trave: corria o minuto 57. O Moreirense não desarmava e pouco depois, aos 61', Filipe Soares obrigou Miguel Silva a mais uma boa intervenção: a bola sobrou para Pires, que ainda fez abanar as redes, mas estava em posição irregular e o golo não foi validado.

Só com o aproximar dos dez minutos finais é que o Marítimo foi ganhando alguns lances centrais, aproveitando algum desgaste físico do meio campo dos cónegos. No entanto, a fraca exibição dos madeirenses não logrou surtir efeitos.

A quebra de rendimento permitiu ao Marítimo ganhar algum tempo e espaço para respirar, mascarando ligeiramente a apagada exibição. Mas o Moreirense, que fora quase sempre superior, quase beneficiava, já ao cair do pano, de um pontapé da marca de grande penalidade. Porém, depois de visionadas as imagens, o árbitro voltou atrás na decisão, considerando que Alipour chegou primeiro à bola, antes do contacto com Ibrahima Camará.

Com apenas mais uns 'pózinhos' para jogar, o nulo persistiu até ao apito final, traduzindo-se o empate no resultado algo lisonjeiro para os madeirenses, que pouco fizeram para importunar o adversário. Já o Moreirense ficou a lamentar-se da pouca sorte na hora de concluir e de um guarda-redes inspirado na outra baliza.