Perder não é palavra que conste do vocabulário recorrente do Sp. Braga e o conjunto de Abel Ferreira deu uma resposta às duas derrotas consecutivas com um triunfo (4-0) seguro sobre o Belenenses. Fábio Martins, Dyego Sousa, Raúl Silva e Hassan assinaram os golos do triunfo bracarense, que no aconchego do lar sabe ser feliz.

A Pedreira tem sido uma autêntica fortaleza, ainda apenas o FC Porto conseguiu de lá sair com pontos, um cenário pouco aconselhável para um Belenenses vindo de cinco sem vencer e sem saber o que é ser feliz no Minho há dezasseis anos.

Entre histórico e o momento pouco atrativo a que os dois conjuntos queriam fugir, sobra um triunfo inequívoco para os arsenalistas, essencialmente pela objetividade demonstrada e pela ousadia em terrenos mais adiantados.

A fantasia de Fábio Martins esteve à solta, o frio não o fez abrandar, e Esgaio e Jefferson estão umbilicalmente ligados ao triunfo, uma vez que a vitória foi construída com base em cruzamentos letais desta dupla.

Mercúrio no pé direito de Esgaio

O início do encontro fez-se acompanhar do termómetro. Frio, muito frio. As duas equipas assumiram a posse de bola, mas cortaram nos riscos e, por isso, assistiram-se a longas trocas de bola de parte a parte, quase sempre sem grande progressão no terreno, de forma pouco destemida e sem criar perigo.

Sem vencer há cinco jogos, o conjunto de Domingos Paciência, não receou ter o esférico, impressionou até pela capacidade organizativa nos primeiros instantes, mas faltou o essencial. Faltou verticalidade e audácia para grandes aventuras junto ao último reduto bracarense.

Por seu turno o Sp. Braga até nem teve tanta bola como é habitual, mas conseguiu, também de forma tímida, ser mais objetivo. Dyego Sousa aqueceu as mãos de Dyego Sousa com um tiro de fora da área logo a abrir, e Esgaio ensaiou o cruzamento da direita, mas Nuno Tomás evitou a emenda de Dyego Sousa.

Foi precisamente nos pés de Esgaio, o rei das assistências da Pedreira, que esteve o mercúrio capaz de fazer subir a temperatura do jogo. Cruzamento açucarado, a fazer a bola passear entre o guarda-redes e as costas da defesa, Fábio Martins nem precisou de um remate brilhante para fazer a bola entrar junto ao poste.  

Onze minutos para arrumar com a questão

Fredy foi aposta de Domingos Paciência ao intervalo, para tentar dar mais dinamismo ao setor mais adiantado da turma de Belém. Mas sem efeitos práticos, o Belenenses não conseguiu esticar o seu jogo de forma decisiva, teve dificuldades em criar perigo e expôs-se perante um Sp. Braga que sabe aproveitar os espaços.

Em apenas onze minutos a equipa de Abel Ferreira arrumou com o resultado, fazendo o segundo golo. Arrancada de Fábio Martins a apanhar o Belenenses em contrapé, Jefferson acompanhou pela esquerda e imitou Esgaio, tirando um cruzamento perigosíssimo. Há um primeiro desvio para o poste, na recarga Dyego Sousa faz o segundo dos bracarenses.

Seguiram-se mais cruzamentos vertiginosos, faltou a emenda necessária para ampliar o marcador. O Belenenses não baixou os braços, mas a realidade é que também não esbracejou por mais. Faltaram argumentos para tal.

Não teve argumentos o Belenenses, apresentou-os o Sp. Braga fazendo mais dois nos derradeiros instantes. Raúl Silva correspondeu a mais um bom cruzamento de Jefferson e Hassan reencontrou-se com os golos quase três meses depois, no último lance do encontro num livre indireto.

Regresso aos triunfos do Sp. Braga, exibição quanto baste para bater um Belenenses que entrou com personalidade, mas sem grandes argumentos ofensivos. Já são seis os jogos consecutivos sem vencer da equipa de Domingos. Foi mais uma vítima da felicidade bracarense na Pedreira.