Figura: Alex Telles

Pé esquerdo meu, pé esquerdo meu, alguém melhor a assistir do que eu? Um, dois, três livres para golo! Tarde inspirada do brasileiro, que fez as assistências para os três primeiros golos do FC Porto. Primeiro para Felipe, depois para Marcano e, por fim, para a reviravolta de Danilo Pereira. Do relvado às bancadas, galvanizou equipa e adeptos para o triunfo que pressiona a liderança do Benfica. E nem as alternâncias entre Héldon e Gil Dias no corredor direito do ataque dos vilacondenses desfizeram a premissa defensiva do brasileiro. Implacável a toda a linha.

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Momento: minuto 61, o 3-2

Raça e pontaria. Crença e fé. Danilo Pereira chamou a si o rótulo de decisivo que tivera com o Desp. Chaves há pouco mais de um mês e apontou, de novo, o golo de uma reviravolta portista no campeonato. De cabeça, o golo. De joelhos, a emoção. De pé, braços no ar em direção às bancadas, em sinal de vitória e conquista. O FC Porto está bem vivo na luta pelo primeiro lugar.

Negativo: Pedrinho

Chamado ao onze do Rio Ave por Luís Castro, sentiu dificuldades em adaptar-se nos primeiros minutos do jogo – foi pelo seu corredor que nasceu a falta do 1-0. Saiu cedo, bem cedo do encontro (minuto 22), com algumas limitações físicas que foram ficando patentes no período em que esteve em campo.

OUTROS DESTAQUES

Danilo Pereira: na dificuldade, segurou e acalmou. A segurar a vantagem, foi imperial. Transmitiu estabilidade necessária e precisa no meio campo do FC Porto, foi o maior obstáculo às investidas do Rio Ave, imperou na condução de bola e na construção do jogo ofensivo dos «dragões». O golo, claro está, acentuou a sua crescente importância no jogo, na vitória e no onze portista.

Guedes: presente e lutador na frente do ataque, fez corresponder essa máxima com o golo que gelou o Dragão na primeira parte. E se muitas vezes a melhor defesa é o ataque, foi Guedes o primeiro a mostrá-lo no Rio Ave: tentou sempre pressionar a defensiva portista na saída de bola. Bem marcado pela retaguarda portista, espelhou dificuldades nos duelos aéreos com Filipe. A pressão obrigou-o – e bem – a recuar no terreno na procura da bola. Deu de si o sacrifício. Trabalhador.

Gil Dias: «vençam por nós». O jovem extremo tentou seguiu as intenções da faixa imposta pelos adeptos no Rio Ave na bancada. Contudo, a velocidade, imprevisibilidade e capacidade técnica do jogador dos vilacondenses não chegou para tirar pontos no Dragão. Pelo flanco esquerdo ou direito, foi sempre um perigo para a baliza de Casillas. O cruzamento para o 1-1 e a falta ganha na grande penalidade do 1-2 revelaram-se, no entanto, insuficientes em termos práticos.

Felipe: o bom começo do Rio Ave tornou-o um dos jogadores mais faltosos no início do encontro, mas o tempo foi bom conselheiro. Cresceu, acertou marcações, imperou na marcação a Guedes, avançado do Rio Ave e abriu o marcador de um jogo intenso, de expetativa e emoção. Se a defesa andou um pouco aos ‘esses’ em alguns lances, o brasileiro foi preponderante ao lado de Marcano para catapultar a equipa, de forma progressiva, para o êxito.

Rui Pedro: lançado às feras com o 2-2 no marcador, dispôs de pouco mais de meia hora para ajudar o FC Porto na reviravolta. E fê-lo ao dissipar as dúvidas do marcador. Numa jogada made in banco de suplentes, o herói do FC Porto-Sp. Braga voltou a tomar-lhe o gosto. Ao minuto 88, após jogada individual de João Carlos Teixeira, escreveu a sentença final do duelo com o quarto golo dos «dragões».