Os clubes da Liga que compõem a comissão de acompanhamento ao processo de criação de uma entidade externa para a gestão da arbitragem reuniram esta segunda-feira e deixaram vários reparos à Federação.

Recorde-se que esta reunião de emergência foi convocada por Pedro Proença, após o Conselho de Arbitragem ter tornado público que já entregou à Federação o novo projeto de gestão da arbitragem através de uma entidade externa.

Ora, antes de mais, os clubes consideram que este projeto não faz sentido e decidiram por isso que a Liga deve abandonar de imediato o Grupo de Trabalho constituído pela Federação, grupo esse que inclui também a APAF e o próprio Conselho de Arbitragem.

«Os clubes reconheceram não encontrar, face à proposta apresentada pelo Conselho de Arbitragem, sentido na manutenção do Grupo de Trabalho para que a Liga Portugal foi, em conjunto com a APAF, convocada em junho, uma vez que o propósito que levou à sua criação está agora esgotado. Reforçam, ainda assim, total disponibilidade para, através dos contributos da Liga Portugal, continuarem a colaborar num modelo estruturado e pensado com a profundidade exigida a uma alteração num setor tão importante para o Futebol em Portugal», pode ler-se num comunicado.

«Os clubes continuarão disponíveis para colaborar na construção de uma proposta que vá ao encontro do objetivo de um modelo mais eficiente e eficaz para a gestão da arbitragem portuguesa, que garanta um serviço de qualidade nas competições profissionais».

Nesse sentido, recordam «as conclusões apresentadas no final da XI Cimeira de Presidentes, realizada no passado dia 18 de outubro, que refletem os contributos da comissão constituída pela Direção da Liga Portugal para acompanhar o Grupo de Trabalho criado pela Federação».

Conclusões essas que são as seguintes:

  • 1 - A clarificação das vantagens do novo modelo em relação ao atual;
  • 2 - A participação no modelo de governação deverá ser equitativa e equilibrada entre FPF, Liga Portugal e APAF;
  • 3 - Um modelo de financiamento sustentado e rigoroso, que cumpra os limites orçamentais existentes;
  • 4 - Um modelo de recrutamento e gestão baseado na meritocracia e classificações públicas;
  • 5 - O princípio de separação entre a função de nomeação e de avaliação dos árbitros;
  • 6 - Uma comunicação transparente e sistemática, assegurando contínuo esclarecimento e informação sobre a atividade (disponibilização dos áudios do VAR);
  • 7 - A oportunidade da reestruturação do atual modelo, num período de fim de ciclo da FPF.

Por fim, os clubes consideram que «os prazos definidos na proposta apresentada pelo Conselho de Arbitragem para a implementação do novo modelo não se coadunam com a exigência da reflexão necessária a uma alteração que obrigará a uma reformulação do quadro legal vigente e dos próprios estatutos da Federação Portuguesa de Futebol».

[artigo atualizado]