À tangente, muito suado, mas justo. O Arouca obteve um triunfo que lhe coloca muito bem lançado, rumo à permanência no ano de estreia na Liga principal.

O V. Setúbal fez um jogo focado no empate, mostrando até boa organização coletiva e apostando nas saídas rápidas para o ataque, mas a expulsão de Coronas comprometeu imenso a estratégia que José Couceiro trazia para Arouca.

A equipa da casa teve quase sempre a iniciativa do jogo, maior circulação, número superior de ataques.

Mas este foi mesmo daqueles casos em quantidade não é qualidade. O V. Setúbal, mais arrumado, nunca se atemorizou com o caudal ofensivo da equipa da casa e foi aguentando o empate.

Nem a expulsão de Pedro Coronas, ocorrida em fase ainda prematura do embate, mudava de forma decisiva as coordenadas deste encontro.

Os sadinos mantinham-se pragmáticos, com linhas mais recuadas e boa organização coletiva. O Arouca continava com o domínio territorial, mas sem conseguir concretizar em golos a superioridade ofensiva revelada.

Onze contra dez é uma vantagem? Bem aproveitada, obviamente que sim. O problema é quando esse fator não é devidamente exporado. E o Arouca tardava em conseguir fazê-lo.

O relógio voava para o quarto de hora final e o marcador insistia em mostrar um nulo que sabia a pouco aos homens da casa.

A jogar com dez, o V. Setúbal tentava, cada vez menos, sair em contra-ataque (algo que na primeira parte e ainda nos dez primeiros minutos do segundo tempo até tinha feito bem).

O recuo excessivo das linhas sadinas convidou o Arouca a continuar a acreditar. Em canto apontado por Tinoco, Lassad, de cabeça, saltou mais que os centrais e cabeceou para o golo. Estava feito o 1-0.

Com menos um, o V. Setúbal não teve grandes argumentos para recusar o destino. Ainda esteve muito perto do 1-1, no «forcing» dos minutos finais, mas já era tarde...

O Arouca soube gerir a escassa vantagem e mereceu os festejos no final. Ainda não está tranquila, mas está muito bem lançado rumo à sobrevivência.