Nas asas de Rafa,a águia ganhou por 3-0 em Arouca e continua na perseguição ao líder Sporting e escapou ao FC Porto. No entanto, o resultado não espelha as dificuldades que o Benfica sentiu em alguns momentos do primeiro tempo.

O jogo foi entretido e agradável de seguir em muito pela postura destemida dos lobos que ousaram sair do covil e encararam o adversário de frente. Ainda assim, os encarnados, que contaram com os regressados Di María e Otamendi, tiveram mais ocasiões de golo na primeira parte.

As águias tiveram espaço para transitar fruto da postura dos arouquenses – jogaram com a linha defensiva bem alta – e numa dessas situações, Arthur Cabral escapou pela direita e serviu Rafa para o golo. O lance não contou por posição irregular do brasileiro: estava 15 centímetros adiantado.

O campeão nacional baixou ligeiramente após o quarto de hora inicial e por pouco não sofreu. Erro tremendo de Kokçu a falhar o passe à entrada da área, mas Mújica não aproveitou – o remate saiu ligeiramente ao lado.

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O quarto de hora final voltou a ser maioritariamente do Benfica que teve novo golo anulado. Rafa foi apanhado novamente em fora de jogo depois de um belo passe de Aursnes, mas estava adiantado. À terceira foi, diga-se, de vez. Di María viu e executou o que poucos são capazes de ver e fazer e isolou o internacional português que por fim, marcou.

O Arouca é uma equipa que respira confiança e joga com à-vontade, fruto da série sem derrotas desde a chegada de Daniel Sousa. Só assim se pode explicar o facto de os arouquenses não terem exibido sinais de desconforto pelo golo sofrido. Aliás, acabaram a primeira parte por cima com Cristo González a chamar o si o protagonismo: primeiro com uma perdida tremenda e depois, com um golo invalidado.

A segunda parte foi diferente por consequência da entrada fortíssima dos encarnados. Logo aos 48 minutos, o Benfica puniu severamente uma distração de Mújica e Di María e Rafa combinaram para um dos golos mais fáceis da carreira de Kokçu. O VAR corrigiu a má decisão inicial da equipa de arbitragem e validou o 2-0.

Ficou a sensação de que a partida estava sentenciada. Os arouquenses sentiram dificuldades para reagir, perderam fluidez e qualidade de jogo e estiveram sempre mais perto de sofrer do que de marcar novamente. Traído pelo relvado, Rafa desperdiçou o bis na cara de De Arruabarrena.

Para a meia hora final ficaram guardados dois lances geniais. Di María ficou pertíssimo de um golo sensacional – a tentativa de chapéu a De Arruabarrena não saiu longe – e depois, Musa encarnou Zlatan e marcou um golaço acrobático de calcanhar para fixar o 3-0 final. Por sua vez, o Arouca ainda tentou o golo num pontapé de Sylla.

Nas asas de Rafa, a águia voa sozinha no segundo lugar, fugindo ao FC Porto e continua a um ponto do líder Sporting. Já o Arouca perdeu pela primeira vez na era Daniel Sousa, mas caiu agarrado às suas ideias, algo que nem sempre as equipas podem dizer quando defrontam candidatos ao título.