Uma vitória da resistência. Um triunfo de quem não quer perder o que ainda lhe pertence. O FC Porto recusa-se a perder a coroa de campeão nacional e venceu o Arouca por 1-0, numa das saídas teoricamente mais complicadas desta Liga.

O Benfica continua, portanto, a quatro pontos de distância quando há três jogos por disputar. Enquanto houver estrada para andar, os dragões não parecem com intenções de parar.

Sérgio Conceição viu da bancada – superou Pedroto como técnico com mais jogos ao comando do clube (323) – os campeões nacionais entrarem bem e criarem uma soberana ocasião para marcar. Na melhor jogada dos azuis e brancos na partida, quase sempre ao primeiro toque, Otávio isolou Taremi que viu o chapéu a De Arruabarrena bater na trave.

Depois do sufoco inicial, os arouquenses conseguiram ter bola e acima de tudo, recuperá-la em zonas interessantes, procurando de imediato ataques rápidas. Numa dessas ocasiões, Mújica tentou o golo de muito longe – remate saiu fraco – quando podia isolar Antony na direita. Nos minutos seguintes, o jogo perdeu ritmo, três jogadores foram assistidos no relvado, enfim. Foi um período desinteressante.

O FC Porto recuperou a versão apresentada nos minutos iniciais e fez um assalto à baliza contrária nos cinco minutos finais da primeira parte. Galeno deu o mote, seguiu-se um cabeceamento por cima de Taremi e um remate de Grujic na área. Em cima do apito para o intervalo, Marcano foi ao ataque mostrar como se faz e aproveitou um passe sensacional de Otávio para abrir o marcador.

Em desvantagem no marcador, o Arouca mostrou-se diferente no início da segunda metade. Pressionou mais alto, jogou mais tempo no meio-campo contrário, mas não conseguiu criar oportunidades de golo. Ficou sempre a ideia de que os jogadores queriam, mas não tiveram capacidade.

Provavelmente por sentir a impotência da equipa, Armando Evangelista foi ousado e tirou Soro, colocando Michel ao lado de Mújica no ataque. A substituição acabou por beneficiar o FC Porto que tomou conta do jogo a partir daí.

Os dragões tiveram várias saídas com perigo, mas definiram com pouco critério e revelaram falta de agressividade ofensiva. As exceções foram dois remates, de Otávio e Taremi, que De Arruabarrena defendeu.

O FC Porto nunca sentiu a vantagem no marcador ameaçada. Sem deslumbrar, o campeão resistiu, ganhou, fugiu ao Sp. Braga na luta pela entrada direta da Champions e mais importante que tudo, deixa o Benfica obrigado a olhar por cima do ombro.