Duas expulsões, cambalhota no marcador e um jogo resolvido a poucos instantes do minuto noventa. Teve de tudo o embate entre Vizela e Arouca, que terminou empatado a duas bolas. Depois do triunfo com contornos épicos na primeira jornada, o Arouca ameaçou repetir a dose. Conseguiu resgatar um ponto o Vizela, depois da displicência.

Soma o primeiro ponto na presente edição do campeonato o conjunto vizelense, igual soma para o Arouca, que já estaria a fazer a contabilidade a mais três. Contas feitas, a divisão não será totalmente saborosa para qualquer um dos conjuntos, que em determinadas fases do jogo terão sentido condições para mais.

O embate teve desde logo um momento que mudou o curso do jogo quando estavam decorridos apenas seis minutos. Numa abordagem completamente disparatada, o estreante Matías Rocha empurra de forma grosseira Essende, sendo expulso. Hélder Malheiro começou por dar amarelo, mas com recurso às imagens inverteu a decisão.

Seis minutos: Vizela na frente e com mais um homem em campo

Chamado a converter, Samu pôs o Vizela na frente. Cenário extremamente favorável para o Vizela, que entrou praticamente a ganhar e em superioridade numérica. Arruabarrena foi segurando as pontas com intervenções quase que milagrosas, mantendo a desvantagem mínima perante um Vizela que fez do conforto um caminho para a displicência.

Retardando o jogo, agrupando-se de forma organizada na manobra defensiva – mesmo sem fazer alterações – e sempre de olho nos contragolpes, o Arouca manteve-se em jogo e chegou ao empate a cinco minutos do intervalo. Remate potente de Cristo González, no interior da área, por entre uma série de amarelos exibidos por Hélder Malheiro, num panorama conveniente aos arouquenses.

Percebia-se que o Arouca estava em jogo. O Vizela não conseguia estar tranquilo, sensação contrária à do conjunto de Daniel Ramos. A entrada imprudente de Tomás Silva quando estavam decorridos apenas dez minutos da segunda parte – que valeu a expulsão também com recurso ao VAR – apenas veio acentuar essa toada.

Essende, a figura do resgate

Não foi preciso muito tempo até que o Arouca passasse para a frente, consumando a cambalhota no marcador aos 64 minutos pelo inevitável Mujica. Quaresma, acabado de entrar, fez o cruzamento rasteiro na área, o avançado espanhol correspondeu com o desvio letal na cara de Buntic.

Competência do Arouca, recorrendo a todas as armas disponíveis – inclusivamente o antijogo com diversas perdas de tempo – para ter ascendente no jogo. Mas, o Vizela tinha ainda reservado um fôlego para empatar a partida com um golpe de Essende praticamente em cima do minuto noventa.

Aquilo que poderia ser um analgésico para o Arouca na ressaca da eliminação europeia, acabou por se traduzir num empate em Vizela. Um empate que também será curto para o conjunto de Pablo Villar. Aos dez minutos estava na frente e tinha mais um elemento em campo. Ninguém travou no vermelho: deu empate.