Manuel Machado, treinador do Arouca, em declarações na sala de imprensa, após a derrota da sua equipa, na sua estreia no banco diante do público arouquense.

«Foi um jogo de resultado ingrato para o Arouca. Fizemos bons 45 minutos iniciais, com boa resposta do adversário, o que só valoriza o trabalho feito pelos meus jogadores, mas há um ligeiro ascendente nosso, que justifica a vantagem no marcador. E como chegámos ao intervalo com um bom desempenho, bons processos e essa vantagem, não seria previsível que o desfecho fosse aquele que acabou por acontecer. Mas o futebol é feito disto, de nuances. A substituição feita pelo Belenenses, que acrescentou o André [Sousa] no meio campo, à qual respondemos, equilibrando o setor intermediário puxando o Nuno Valente para o meio, e as coisas pareciam estar estancadas. Os jogadores tinham instruções para forçar nos primeiros 15 minutos, na tentativa de vincar o resultado, mas infelizmente, a passividade e falta de concentração naqueles quatro minutos entre os golos do Belenenses destruíram todo o trabalho feito até aí. O que se passou daí para a frente, mesmo tendo alargado a frente de ataque, não teve o desfecho que pretendíamos. Uma equipa que leva com dois golos da forma como levámos, perde concentração e discernimento e passa a tentar chegar à área de forma menos qualificada, com um jogo mais direto que acabou por não resultar.»

[a saída de Nuno Coelho condicionou a equipa?]

«É evidente que condiciona, mas não tenho de me agarrar a justificações desse tipo. Tinha 18 jogadores comigo e tenho de ter soluções alternativas. Mas o Nuno é um jogador pendular, é o capitão de equipa e acrescenta muito em termos de carácter e de qualidade de jogo. O jogador manifestou um sintoma de lesão muscular [na coxa esquerda] e agora vamos ver o que o departamento clínico nos vai dizer.»

[sobre as duas derrotas desde que assumiu o Arouca]

«Eu disse quando me apresentei que o ciclo que estava pela frente era muito complicado, e vai continuar a sê-lo. Temos o FC Porto e Sporting em casa, e jogos contra equipas que estão a fugir à despromoção e que cá virão, e ainda temos saídas a Braga, Guimarães, Rio Ave... Há um quadro em termos de calendário que não nos parece simpático, mas muitas vezes é nessa dificuldade que as coisas menos previsíveis acabam por acontecer.»