Afastado da luta principal, o leão vai-se alimentando da fome de Bas Dost.

Mais do que lançado para ser o melhor marcador da Liga, e agora também líder da corrida à Bota de Ouro, o holandês está em patamares de motivação e de confiança claramente superiores aos dos colegas. E perante os números – mais um «bis», a chegar aos 24 tentos na Liga -, é inevitável que seja a fonte de inspiração da equipa.

Perante 43 mil adeptos em Alvalade, o jogo não foi bem jogado, mas a vitória do Sporting sobre o Nacional é tão natural quanto pragmática. A equipa leonina marcou dois golos de canto, o primeiro dos quais logo aos treze minutos (o outro aos 34), e construiu as bases de um triunfo relativamente tranquilo.

O Nacional foi atrevido, conseguiu sair com alguma frequência em transição, mas não sustentou devidamente a forma como ia testando a atenção de Rui Patrício, e por isso saiu de Alvalade a zeros (em golos e em pontos), aumentando para treze o número de jogos sem vencer, caindo para a última posição.

Bas Dost assumiu novamente a autoria de todos os golos leoninos (seis nos últimos dois jogos), e ainda viu anulado um outro tento, num lance de fora de jogo bem avaliado pelo árbitro assistente (26m).

No segundo tempo a qualidade do encontro não melhorou, com o Nacional à espera de um rasgo individual, incapaz de reentrar na discussão dos pontos, apesar do remate de Tiago Rodrigues que testou a atenção de Rui Patrício (76m). A formação madeirense até acabou por fazer mais remates do que o Sporting, mas fez pouco para o argumento que se foi escrevendo, e sobretudo para a sua situação na tabela classificativa.

E o Sporting teve o conforto dado por Bas Dost, e por isso entrou em ritmo moderado. A equipa de Jorge Jesus não deixou de assumir as despesas do jogo (62 por cento de posse de bola), mas também entrou num registo demasiado individualista, com alguma precipitação no último terço, com Matheus, Gelson ou até mesmo Podence, o primeiro a saltar do banco após a excelente exibição em Tondela.