O Paços de Ferreira já atingiu a meta dos 48 pontos, traçada no início da época para melhorar o registo anterior, mas a campanha dos «castores» pode perfeitamente valer mais do que isso: ao vencer o Belenenses, no Restelo, a equipa de Jorge Simão entrou em zona europeia, ultrapassando o Rio Ave.

Os «castores» foram inteligentes a aproveitar os tiros nos pés do Belenenses e geriram o jogo com maturidade, garantindo a subida ao sexto lugar da Liga.

A prestação da equipa de Júlio Velázquez voltou a ficar marcada por demasiados erros na fase inicial da construção de jogo. O problema não está em tentar sair sempre a jogar com a bola no chão, sem pontapé para a frente. Isso é louvável, e deve ser incentivado. O problema está nos erros que a equipa comete ao tentar fazê-lo, e que precisa corrigir, do ponto de vista individual e coletivo.

Foi a aproveitar esses erros que o Paços criou três situações de perigo logo nos quatro minutos iniciais, a última das quais com Bruno Moreira a picar a bola por cima de Rúben Ribeiro, mas esta a sair por cima da barra.

O Belenenses respondeu de bola parada, com um cabeceamento de Gonçalo Brandão ao poste (6m), e mais tarde com um remate de Sturgeon para defesa de Rafael Defendi (14m), mas acabaria depois por pagar por mais um passe errado no meio-campo defensivo. Barnes Osei, lançado por Minhoca, colocou o Paços em vantagem (21m).

Pelé não festejou mas acautelou a resposta da ex-equipa

Juanto ainda ficou a centímetros do empate (29m) numa das radas desatenções da defesa do Paços (e do jovem Francisco Afonso, recrutado aos juniores), mas a equipa visitante foi para o descanso em vantagem e ainda aumentou a diferença logo a abrir o segundo tempo, por Pelé, que aproveitou as enormes facilidades concedidas pela ex-equipa, para um golo que não festejou (52m).

Júlio Velázquez prescindiu então de um defesa – Bakic rendeu Fábio Nunes -, mas o Belenenses acusou o golpe e andou alguns minutos à deriva, arriscando até um terceiro golo. Rodrigo Antônio teve duas ocasiões para marcar, mas primeiro viu Ricardo Ribeiro negar-lhe o golo (75m) e depois, isolado, tomou a opção errada de tentar servir Bruno Moreira (77m).

Só nos últimos dez minutos é que o Belenenses reagiu, comandando por Carlos Martins, que tinha entrado ao intervalo, mas Miguel Rosa, Sturgeon e Tiago Caeiro desperdiçaram as oportunidades criadas pelo regressado maestro do Belenenses, que assim foi incapaz de colocar em causa o quarto triunfo consecutivo do Paços de Ferreira.